7 de janeiro de 2016

Opinião – A 5ª Vaga de J. Blakeson


Sinopse
Interpretado por Chloë (Grace Moretz) e baseado no best seller homónimo, em A 5ª Vaga, quatro vagas de crescente impacto mortal deixam grande parte da Terra dizimada. Lutando contra o medo e a desconfiança generalizada, Cassie (Moretz) está em fuga, tentando desesperadamente salvar o seu irmão mais novo. Quando se prepara para a inevitável e letal 5ª Vaga, Cassie alia-se a um jovem que pode vir a ser a sua última esperança – caso Cassie possa confiar nele…

Opinião por Artur Neves
Os filmes de ficção científica (como designação genérica deste género) têm fundamentalmente dois caminhos por onde podem evoluir: O primeiro pode ser designado por “antecipação científica” em que o argumento se baseia na tecnologia actual, desenvolvendo-se a partir de conceitos ou ideias ainda não provadas mas que de alguma maneira constituem assunto científico actualmente em discussão, de que o argumento antecipa um evento, ou uma possível solução. Indico como exemplo os filmes; “Perdido em Marte”, “Interestelar” e “Gravidade” para citar somente os mais recentes. O segundo caminho, que designo por “premonição científica” em que o argumento pega numa ideia, conceito ou caso de estudo de qualquer natureza, incluindo assuntos isotéricos e desenvolve uma história incluindo como convém, equipamentos e meios sofisticados para lhe conferirem o conteúdo “científico” que se pretende, para além de um carácter catastrofista que valoriza sempre a história. Nesta classe cito somente o “2012” por ser também recente e que me lembre, o menos mau e mais espectacular do ponto de vista cinematográfico.
Este filme enquadra-se no segundo grupo em que o realizador encena um argumento baseado no romance homónimo de Rick Yancey e apresenta-nos uma história de amor fraternal, em que Cassie (Chloe Grace Moretz) procura salvar o seu irmão mais novo Sam (Zackary Arthur) num mundo em colapso pela tentativa de ocupação do planeta por seres alienígenas que pairam nos céus da USA numa nave espacial ao estilo da utilizada em “Distrito 9” de Peter Jackson e Neill Blomkamp.
Durante a sua busca ao longo de florestas perigosas e estradas destruídas repletas de cadáveres, a acção evolui por um romance entre ela e um humano que posteriormente se vem a revelar menos humano que isso, mas “muito bonzinho” porque a defende e ajuda na sua heróica demanda, através de um clima ambíguo de suspeição e confiança mal conseguidos, porque são previsíveis e expectáveis. O exército dos USA, chamado para defender a população contra os extraterrestres também entra num registo dúbio frouxo, através de acções contraditórias que facilmente se detectam nunca conseguindo manter um ambiente de verdadeira tensão numa situação que a verificar-se seria profundamente constrangedora. Parece que o realizador pretendeu antes atingir um registo de jogo de computador, possivelmente decorrente do público-alvo para que o filme foi concebido, entre um jovem romance equívoco e o espírito protector de soldados que vêm a descobrir estar a lutar pelo lado errado, tudo muito bem explicado através de flashbacks sobre pormenores não revelados anteriormente.
Um filme magro, simples nos seus objectivos, previsível na acção, com alguns momentos espectaculares embora já vistos noutras realizações e preparado para continuar numa sequela, talvez no próximo ano.
Classificação: 3,5 numa escala de 10

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