Sinopse:
A partir da sua própria experiência e das suas memórias recentes, marcadas pelas recentes perdas da sua mãe e do marido Lou Reed a realizadora Laurie Anderson faz uma pequena reflexão sobre temas da vida como o amor e a morte.
Opinião por Maria Ana Jordão
Laurie
Anderson, numa espécie de documentário existencial, faz homenagem ao seu cão
Lolabelle. Através da relação que tinha com ele e questiona a vida mundana
do homem, numa filosofia muito própria e positivista. Com
tanta complexidade no dia-a-dia, o Ser Humano perde-se na seriedade e
esquece-se da alegria que é o simples acto de viver. Alegria
essa que pode vir do afecto que um cão dá aos seus donos e, os donos a
ele, da família, dos mais próximos. A morte de Lolabelle, terá sido impulsionadora para a realizadora
viajar no meio de tanta filosofia. Chegando mesmo a filosofar sobre a brevidade da vida.
Como
não captei todas as questões existenciais, apenas a essência, neste meu texto a
responsabilidade de filosofar pelos olhos de Lolabelle é mais minha que de
Anderson. Tendo uma abordagem positiva a realizadora coloca-nos de forma subjacente uma antiga questão, será o cão o melhor amigo do homem? O
mais leal, certamente, há exemplos de que quando o dono morre, o cão fica na
sua campa numa demonstração de lealdade, não digo fidelidade, isso pertence aos
humanos, a lealdade é tão primitivamente delicada que poucos de nós conseguem
ter esse traço de personalidade, o que não quer dizer que não sejamos fiéis aos
nossos amigos, ou que não queiramos receber os nossos amigos com alegria,
quando chegam à nossa casa. Sabemos que temos um
intelecto superior ao do animal, ao cão, neste caso, mas será
por isso que somos menos primitivos? Talvez, mas temos também, a capacidade de
controlar a nossa evolução, o que um cão não tem, a não ser que seja treinado,
no entanto, haverá sempre diferenças entre cães e humanos. Apesar
de haver estudos que sugerem que um cão tem emoções de criança, ou seja, assim
sendo, um humano já adulto não poderia ser tão leal quanto Lolabelle. Como
documentário, poderia ser pretensioso mas é precisamente o oposto, simples e
directo, não nos perdemos nas filosofias de Anderson que são bem claras e
emotivas. Lolabelle é uma chance do espectador arrumar ou desarrumar as suas
questões existenciais, pode não concordar, pela sensibilidade, mas com certeza
“Lolabelle” irá pô-lo a filosofar. A
simplicidade dos diálogos de esta longa-metragem de Anderson, apesar da sua
profundidade, enquadra-se neste filme original que sugerimos que o espectador
veja.
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