De férias no sul de França, Violette, uma sofisticada parisiense, apaixona-se por Jean-René, um “cromo” da informática. Contra todas as probabilidades, surge entre ambos uma enorme química, e no fim do verão Jean-René muda-se para junto da sua amada, em Paris. No entanto, há problemas no paraíso, e um terceiro elemento surge para assombrar o romance idílico: Lolo, o filho ultrapossessivo de Violette, de 19 anos, está determinado a livrar-se do amante da mãe, a qualquer custo.
Opinião por Maria Ana Jordão
Estreou pela primeira vez no 16º festival do cinema francês em Lisboa, com estreia em Portugal a dia 17 de Dezembro de 2015, 'Lolo' vai aquecer até, os corações mais frios.
Viollete, a Mãe de Eliot, ou Lolo e, Jean-Réne são as personagens
principais deste género banal que é a comédia dramática de Julie Delpy. Banal ou não, há comédias que se destacam e
LOLO é uma delas.
Destaca-se pelo humor e os diálogos cuidadosamente divertidos que
retratam esta família simples e despretensiosa, apesar de Viollete ser uma
conhecedora de arte sofisticada.
Viollete uma sofisticada amante de arte parisiense e Jean-Réne, um
desastrado informático podiam ser o seu maior obstáculo, mas curiosamente o que
os afasta é Lolo que além de infantil tem uma fixação pela mãe Viollete e uns ciúmes
que advém dessa mesma fixação.
Esse complexo de Édipo, não devia, mas, é o que mais nos põe a
rir. A dinâmica de Jean-Réne e Viollete
também tem o mesmo efeito pois ela manifesta ter alguma obsessão, talvez porque
Jean-Réne não a completa totalmente, apesar de este se esforçar para que dê
certo (se bem que podia esforçar-se mais).
Os planos audiovisuais centram-se nos sentimentos das personagens, há
um bem curioso, que representa a solidão de Lolo após ser afastado pela Mãe. Será que Lolo vai conseguir destruir a
relação da sua Mãe com Jean-Réne? Será que Viollete se vai fartar da
imaturidade do seu filho? Será que a relação Mãe e filho vence tudo?
Seria típico que isso acontecesse, a nossa Mãe, para quem a tem, é o
nosso o nosso porto seguro, nesta vida cheia de imprevistos. Uma simples relação amorosa é, um tremendo salto
no desconhecido, não sabemos se vale a pena vivê-la até a vivermos e, quando
nos apercebemos que merece que arrisquemos não deixamos que ninguém a
atrapalhe.
Esta longa-metragem faz-nos pensar nestes dilemas amorosos, mas não de
uma forma banal, não é apenas mais uma comédia romântica, o facto de envolver o
filho como o “destruidor” desta relação, torna-a bastante curiosa e com vontade
de ver como vai ser o desfecho. Nenhum homem
se deve meter na relação Mãe e filho, mas quando é verdadeira, nenhum filho se
deve meter na relação que a Mãe tem.
Afinal, as Mães podem e devem ser felizes, não servem apenas para dar o seu melhor enquanto educadoras.
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