31 de dezembro de 2015

Opinião - As vinhas do amor de Roisin McAuley




Sinopse: 
Moonbeam Star, conhecida pelos amigos como Melanie, é filha de um casal hippy. O pai esqueceu-se de regressar de Woodstock e a mãe partiu para se encontrar, portanto, Melanie foi criada pelos avós. 
Agora na casa dos vinte, Melanie estuda e trabalha num estabelecimento vinícola na Califórnia. Quando o avô tem um ataque cardíaco, revela um segredo que guardou desde que o seu avião foi abatido sobre a França durante a Segunda Guerra: teve um filho com a rapariga que salvou. A criança era um rapaz, e Melanie fica intrigado com a existência desse tio francês e parte à sua procura. 
Em Inglaterra, a jovem irlandesa Honor Brady apaixona-se por Hugo, um comerciante de vinhos, que a leva para o seu castelo em Astignac, na zona vinícola de Entre Deux Mers.
Hugo vende vinhos raros a connoisseurs; vinhos com história; vinhos escondidos durante a guerra; vinhos salvos do Palácio de Inverno em Sampetersburgo… e Honor é deixada sozinha, o que a leva a conhecer Didier, cuja família outrora foi dona do château de Hugo e está ligada ao tio de Melanie. À medida que as vida das duas mulheres se sobrepõem, é descoberta uma teia de mentiras que se estendeu durante décadas.

Opinião por Margarida Piteira:
Este livro captou a minha atenção, à primeira vista, pela sinopse intrigante. Antigos segredos familiares parecem ser as palavras de ordem. No entanto, a parte do mistério ficou algo aquém das expectativas, não me conseguindo surpreender. 
A história alterna entre os pontos de vista de duas mulheres: Melanie e Honor. Elas não se conheciam, mas foram unidas pelo vinho, que dá um toque bastante especial a esta obra, tendo um papel crucial no cruzar das suas vidas. “No vinho, como no amor, há que distinguir o verdadeiro do falso…” é uma frase que surge logo no marcador do livro, e foi interessante acompanhar esta difícil jornada de descoberta com as nossas protagonistas, pois bastante luta lhes deu.
O ritmo é lento na primeira metade do livro, dando-nos mais a conhecer as personagens e a sua história, o contexto em que vivem e se movimentam, mas acelera na segunda metade, começando, aos poucos, a revelar os segredos e mistérios que pairavam sobre as suas vidas. Na história é dada mais importância ao vinho, sendo um romance bastante light, contrariamente ao que eu esperava. Também estava convencida de que iria encontrar capítulo dedicados ao passado do avô da Melanie, mas tal não aconteceu. 
Em oposição, achei o final bastante acelerado. Gostaria que a personagem de Diarmuid, o melhor amigo de Honor, tivesse sido mais explorada, porque simpatizei com ele. Da mesma forma, gostaria de ter conhecido mais sobre Didier. Penso que nenhum teve o devido destaque ao longo da história, em especial o segundo, o que levou o final a parecer ainda mais repentino. Porém, foi interessante ver o desenvolver de dois romances tão dicotómicos, um que demorou anos, outro apenas algumas horas, para se desenvolver, mostrando um pouco a complexidade das relações humanas. Por outro lado, gostei do desenvolvimento de Ivor, o padrasto da Melanie, sendo bastante curioso acompanhar a evolução dos sentimentos de Melanie em relação a ele, levando-nos gradualmente a modificar também a nossa opinião, tal com a protagonista.
Em suma, penso que se trata de um livro com algum potencial que não foi, infelizmente e na minha opinião, aproveitado da melhor forma. 

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