16 de novembro de 2015

Opinião - Os Últimos Dias dos Nossos Pais - Joël Dicker


Título: Os Últimos Dias dos Nossos Pais
Autor: Joël Dicker
Editor: Alfaguara Portugal

Sinopse: 
E se os ingleses tivessem sido os verdadeiros artesãos da vitória dos Aliados na Segunda Guerra Mundial? Após a pesada e preocupante derrota do exército britânico em Dunquerque, Churchill tem uma ideia que viria a mudar o curso da história: criar um Executivo de Operações Especiais dentro dos Serviços Secretos. Paul-Émile, um jovem e patriótico parisiense, chega a Londres uns meses mais tarde para integrar o movimento da Resistência e é imediatamente recrutado pelo Executivo de Operações Especiais.
Apesar do patriotismo, ninguém nasce resistente, pelo que aí, junto com outros jovens franceses, irá ser sujeito a uma formação e treinos intensos, de forma a poder voltar a França e assim contribuir para a construção de uma rede de Resistência. Serão estes jovens aprendizes de guerreiros os verdadeiros protagonistas deste romance que nos revela, finalmente, a verdadeira natureza da relação entre o movimento da Resistência e a Inglaterra de Churchill.

Opinião por Francisca Martins:
E se os ingleses tivessem sido os verdadeiros artesãos da vitória dos Aliados na Segunda Guerra Mundial? Este é o ponto de partida para este romance de estreia do autor. Por cá foi publicado em 2014, depois do “A Verdade Sobre o Caso Harry Quebert”, que é um livro sublime.
Por isso se compreende a expetativa que tinha antes de ler este romance, completamente diferente do primeiro. Mas a verdade é que é igualmente bom, com uma escrita envolvente, que nos transporta para a II Grande Guerra, para um mundo ao contrário, onde os “Homens já não são Homens”.
É uma história passada na II Guerra Mundial, mas não é mais “uma história”, é um cenário diferente, uma perspetiva diferente, um mundo novo que se abre para os leitores.
Seguimos o percurso de Paul-Émile, um jovem parisiense, cheio de sonhos e de esperanças, que vive com o pai. Parte para se alistar nos esforços de guerra, pensa que vai desempenhar um papel secundário e de repente vê-se envolvido no primeiro plano da espionagem britânica da II Guerra Mundial.
Com ele conhecemos um grupo leal, corajoso e surpreendente de jovens diferentes e cheios de esperanças, que lutam e dão a vida para que o mundo se torne melhor, para que os “Homens possam ser Homens”.
Conhecemos Laura, a única mulher do grupo, que com ternura e compreensão conquista todos os companheiros, conhecemos Gros, o gigante simpático e que não sabia que era tão corajoso, Faron, o antipático, que nos leva a um misto de emoções e todos os outros, que se vão tornar uma família.
Conhecemos também o Pai, um homem gentil e sincero, que ama o filho acima de tudo.
Acompanhamos as angústias, os amores, as traições e os erros destas personagens, que acabamos por considerar amigos.
É um romance sobre o Amor e a Amizade em tempos de guerra, mas também sobre erros que se pagam caros e sobre a vida que se reconstrói.
Recomendo vivamente. 

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