6 de outubro de 2015

Opinião - Vejo-Te - Irene Cao


Título: Vejo-te
Autora: Irene Cao
Editora: Suma de Letras

Sinopse:
Se fosse possível capturar o prazer, Elena fá-lo-ia com os olhos. Com vinte e nove anos, de uma beleza inocente mas vistosa, ainda não sabe o que é a paixão. O seu mundo gira à roda do fresco que está a restaurar num palácio em Veneza, a cidade em que nasceu. Mas tudo muda quando conhece Leonardo, um chef de fama internacional, que irrompe na sua vida, arrasando tudo: a recente história de amor com Filippo, a ideia que sempre teve de si própria e, principalmente, a sua forma de viver o sexo.
Porque Leonardo, inquilino inesperado do elegante palácio em que Elena trabalha, chegou para lhe abrir as portas de um paraíso inexplorado cujas chaves só ele possui. Mestre na arte de dar prazer através das suas criações culinárias, Leonardo sabe que o prazer é uma conquista de todos os sentidos. E promete levar Elena para lá dos seus limites, até ao doce e perigoso abismo da obsessão. Mas sob uma condição: Elena nunca poderá apaixonar-se por ele. Elena não tem alternativa senão aceitar e deixar-se seduzir por aquele homem de passado obscuro, que parece fugir do seu desejo de o amarrar…

Opinião por Andreia Dias:
“Vejo-te” é o primeiro livro da trilogia erótica italiana best seller internacional “Vejo-te, Sinto-te, Quero-te” de Irene Cao.
Neste primeiro volume, somos apresentados a Elena, uma jovem artista de 29 anos que está a fazer o restauro de um fresco num palácio em Veneza. Elena é tímida e acanhada, nunca conheceu o que é a paixão e o seu amor mais intenso, até aquele momento, era a sua paixão pela arte. No entanto, a sua vida está prestes a sofrer uma reviravolta… Leonardo, um chef de cozinha famoso, é o novo inclino do palácio. Misterioso e enigmático vive para os prazeres carnais e vai dá-los a descobrir a Elena. Só que há um se não, um pacto, Elena não se pode apaixonar por ele.
Num livro que nos leva até Veneza, conhecida como uma das cidades mais românticas da europa, “Vejo-te” é um livro erótico intenso que pretende retratar a busca do prazer através dos sentidos. As cenas de sexo não são muito, mas são descritas com naturalidade e encaixadas numa história coerente que abrange todo o livro. Numa opinião geral, acho que o livro procurou desconstruir tabus e mostrar até que limites uma pessoa está disposta a ir para conhecer o prazer carnal e como isso a pode afetar e transformar. A própria Elena, ao longo do livro, já não se vai reconhecendo e, perto do final, faz um feedback da sua experiência e reflete até que ponto a sua transformação a mudou e que rumo seguir.
Uma das coisas que gostei foi o realismo de alguns aspetos da vida romântica, como o desejo pelo que parece impossível, retratado no facto de a Elena não se poder apaixonar pelo Leonardo e, ainda assim, passar a vida a fantasiar com ele e que ele será dela.
Em relação a história, gostei, não foi uma história do outro mundo, mas pareceu minimamente natural e cativante, com algo sempre a acontecer e as ponderações da Elena que ao longo dos capítulos ia evoluindo. Além disso, deixa-nos uma certa curiosidade sobre o lado misterioso do Leonardo e o desejo de saber mais sobre ele, sobre quem ele realmente é além da sua aparência de homem devasso.
Sobre a escrita, Irene Cao tem uma escrita simples e cativante, junta descrições a diálogos de forma harmoniosa, sem nos entediar com descrições em excesso. No entanto, tenho de salientar que a Suma de Letras deveria fazer a revisão das suas traduções com mais cuidado, porque achei várias gralhas ao longo da leitura.
No geral, foi uma leitura agradável e que e feita com um bom ritmo, espero agora ler o segundo livro e ver o desenvolvimento da Elena e da sua história.

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