10 de outubro de 2015

Opinião - O Prazer É Todo Nosso - Lola Benvenutti


Título: O Prazer É Todo Nosso
Autora: Lola Benvenutti
Editora: Guerra e Paz

Sinopse:
Lola Benvenutti, licenciada em Letras, escolheu a mais velha profissão do mundo. Autora de um dos blogues mais lidos do Brasil, apaixonada pela vida, por livros e por sexo, aos 22 anos Lola fala abertamente sobre tudo o que o público deseja saber de um modo totalmente diferente do que já se viu. Um livro de fazer corar E. L. James.
Em O Prazer É Todo Nosso, Lola Benvenutti constrói uma narrativa libertadora e completamente viciante, que nos prende até à última linha, enquanto somos inundados por vagas de prazer. Partindo da sua experiência de prostituta e relatando episódios reais, com Lola tanto mergulhamos no universo BDSM, abrimos a porta à nossa primeira ménage à trois, como despimos as fantasias e redescobrimos os nossos corpos no que eles têm de mais belo e natural. Esta é uma surpreendente viagem pelo universo dos desejos e da autodescoberta, que pode repetir quantas vezes quiser e… partilhar.

Opinião por Nés Gomes:
Antes de começar a ler não conhecia Lola Benvenutti. Nunca tinha ouvido falar dela. Também o estilo erótico não ficção foi uma estreia para mim. Assim, estava curiosa com todo o universo diferente das minhas leituras habituais e o facto de ser um “testemunho” na primeira pessoa só aliciou ainda mais para começar o mais rápido possível. Tão depressa comecei como acabei…
Comecemos no entanto pelo início. Quem é Lola? Lola é-nos apresentada pela própria, na primeira pessoa, como uma jovem brasileira, licenciada em Letras e que optou por ter a mais velha das profissões. E porquê escrever “O Prazer é Todo Nosso”? A mim, parece-me essencialmente para tentar desmistificar que quem trabalha como prostituta não tem opção, que apenas é obrigação e não gosto. E Lola quer ainda mostrar aos restantes que o prazer pode ser obtido por diversos “meios” (não será a palavra mais indicada, dado o contexto).
O livro “O Prazer é Todo Nosso” vem com a promessa de “fazer corar E. L. James”. (Não que seja muito difícil na minha opinião) Mesmo em português do Brasil (faz-me sempre alguma confusão ler em português do Brasil e com isto do Novo Acordo ainda pior) nota-se uma atenção à história, à descrição dos acontecimentos, à forma como escreveram. Está dividido em duas partes e cada parte ainda se subdivide. Na primeira parte Lola fala do prazer através de diferentes experiências que teve; na segunda a própria “personagem” a mais abordada, a vida e como chegou a prostituta, como a família e a imprensa reagiram à “revelação” e como Lola lida com isso. (Isto seria o que mudava no livro se tivesse esse poder, primeiro começaria pela história de vida e depois pelas experiências.).
É um livro que se lê rápido, interessante para o género – não que tenha grande termo de comparação. É um livro escrito para nos fazer descobrir o prazer, para sabermos “gozar a vida”, palavras de Lola. Não é um livro que se consiga resumir (não há propriamente uma história a ser contada, mas sim mini-histórias em cada subcapítulo). Deve ser lido de mente aberta (se já vem com preconceitos nem a vale a pena começar). Lola fala-nos de masturbação, de sexo entre géneros diferentes e/ou iguais, tipos de sexo, de BDSM, de swing (que naquele caso poderá ser considerado também de orgia, acrescento eu), de ménages, de fantasias, de tudo e mais alguma coisa…e faz-nos sempre querer ler mais, saber o que acontece. Está acima de tudo escrito de forma simples e viciante.
Lola prende o leitor nos prazeres que a vida lhe proporcionou. E faz entender porque se apresenta com:
Sou Lola Benvenutti e faço porque gosto.
É uma escolha. É um gosto. É um prazer. E é a vida dela. Uma vida interessante de certa forma em livro, que li com muito gosto.

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