Título: O Tibete de África
Autor: Margarida Paredes
N.º de Páginas: 136
PVP: 13,95€
Disponível a 7 de outubro
Um triângulo amoroso desenhado pelo colonialismo português
Edição revista de um dos primeiros romances pós-coloniais da Literatura Portuguesa.
O Tibete de África, de Margarida Paredes é um romance em que a autora cruza três vidas marcadas pelo colonialismo e pela ditadura.
Através de um triângulo amoroso, Margarida Paredes apresenta uma visão feminista sobre o colonialismo e das suas consequências, numa escrita fluída, audaz e crua. O Tibete de África foi inicialmente publicado em 2006, antes da vaga de literatura pós-colonial (por ex. Dulce Maria Cardoso, Isabela Figueiredo), e isso, bem como a sua qualidade literária, justificam esta reedição.
Sinopse:
Lisboa, anos 90.
Ana Sousa é gestora de topo numa empresa de telecomunicações e está casada com Amâncio, um homem mais velho que fugiu de Portugal «a salto» durante a ditadura. Nascida em Angola, Ana regressou a Portugal ainda criança, na ponte aérea de 1975. Num país pequeno onde os «retornados» eram tratados com desprezo, Ana compreende desde cedo que está por sua conta e risco, e acaba por desenvolver uma personalidade forte e ambiciosa. A estabilidade de Ana é posta em causa quando Justino, um engenheiro angolano integra a sua equipa e quando ela é destacada para liderar o investimento da sua empresa no Ruanda, país de grande beleza natural, conhecido como «o Tibete de África».
É no Ruanda que Ana e Justino se encontram quando o presidente no país é assassinado e a guerra civil recomeça, dando inicio a um genocídio. Debaixo de fogo, o presente e o passado confundem-se e os fantasmas da infância de Ana ressurgem na paixão que sente por Justino.
«Retrato íntimo do processo de descolonização, da integração europeia, dos regimes cleptocratas africanos no pós-independência, O Tibete em África é um gume frio, cortante, a penetrar de forma inconformada nas visões – que surpreendentemente permanecem vivas na sociedade portuguesa – romantizadas do colonialismo português.» - do prefácio de Raquel Ribeiro.
Sobre a autora:
Margarida Paredes é natura do Penedo da Saudade, em Coimbra. Em 1974, abandonou o curso universitário na Bélgica para lutar pela independência de Angola ao lado do MPLA, movimento a que aderiu em 1973. Passou por Brazzaville e foi uma das primeiras militantes vindas do Congo a entrar em Luanda após o 25 de Abril de 1974. Depois da independência abandonou o exército angolano para trabalhar no Conselho Nacional de Cultura com o poeta António Jacinto. Aí desenvolveu projetos na área dos espetáculos e artes plásticas, trabalhando com «crianças-‐soldado» e órfãos de guerra. Regressou a Portugal em 1981.
Licenciada em Estudos Africanos pela Faculdade de Letras de Lisboa, obteve o grau de Doutora em Antropologia pelo ISCTE-‐IUL com o tema «Mulheres na Luta Armada em Angola».
No pós‐doutoramento, trabalhou o tema «Mulheres Afrodescendentes da Polícia Militar em Salvador».
É investigadora e professora na Universidade Federal da Bahia, Salvador, Brasil. Desenvolve uma linha de pesquisa sobre Masculinidades Femininas no Campo Militar.
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