12 de junho de 2015

Opinão - Mais Forte Que o Desejo - Cheryl Holt


Título: Mais Forte Que o Desejo
Autora: Cheryl Holt
Editora: Quinta Essência

Sinopse:
Com a família a atravessar uma grave situação financeira, Olivia Hopkins dispõe-se a conseguir uma proposta de casamento do já maduro conde de Salisbury. Contudo, o plano cai por terra quando ela descobre um livro erótico na biblioteca do conde. O livro incendeia o corpo de Olivia, que não consegue pô-lo de lado, até ser apanhada em flagrante pelo diabolicamente bonito filho do conde, um homem que lhe acelera o coração e lhe preenche o imaginário com pensamentos escaldantes…
Phillip Paxton não consegue acreditar na sua boa sorte. O facto de ter apanhado Olivia com aquele livro picante confere-lhe a maravilhosa oportunidade de humilhar o pai que despreza. Servindo-se do livro como isco, Phillip atrai Olivia para uma ligação eletrizante que resulta em ardentes lições de paixão. Phillip não esperava apaixonar-se pela sua encantadora aluna, mas o que começa como um esquema libertino em breve se transforma num romance genuíno e que Phillip protegerá a qualquer custo…

Opinião por Sónia Melo:
Já tinha ouvido falar desta autora e estava bastante curiosa sobre a sua obra. Posso adiantar que foi uma leitura agradável. Todavia, achei que a senhora Holt utilizou demasiados clichés, mesmo abordando temas pouco comuns neste tipo de obras como a pedofilia e a deficiência mental.
Ao longo do livro são apresentadas três relações que, apesar de interligadas, vão crescendo separadamente. De um lado, temos o amor sincero entre Olívia, uma jovem aristocrata com sérios problemas financeiros e que enceta uma viagem a Salisbury com o objectivo de casar com o conde, viúvo e mais velho para assim resolver todos os problemas financeiros da sua família, e Phillip, o filho bastardo do conde. Phillip mantém uma relação ambígua desde sempre com o pai e tudo fará para atrair Olívia para si em modo de vingança contra este. Estes dois jovens formam o casal de protagonistas, entretanto quase me esqueci deles durante vários capítulos do livro.
Do outro lado, temos a relação avassaladora entre Winnie, uma solteirona de trinta e cinco anos com um passado cheio de segredos que vive à custa da prima e Edward, o conde. Rico e poderoso é aparentemente um homem com tudo aquilo que deseja. No entanto, vive numa solidão quase palpável e almeja acima de tudo o amor. A química entre Winnie e Edward revela-se instântanea, apesar das enormes barreias dos seus diferentes estatutos socias.
Por fim, temos Penélope, uma jovem de dezasseis anos a quem falta uma quantidade substancial de valores de carácter como a compaixão, a honestidade e o respeito pelos outros. A jovem envolve-se com um homem mais velho, julgando que este irá salvá-la do controlo de ferro da mãe. Contudo, esse homem vive à custa do irmão e não passa de um pedófilo, como se não bastasse, possui também outros vícios como o ópio e o álcool nos quais inicia a jovem.
Confesso que no início o livro não me cativou. A história de Olívia e Phillip parecia-me um bocado forçada e sem grande química. Quando, mais tarde, a relação entre Edward e Winnie começou a ser delineada conferiu uma nova dinâmica à história e deu-lhe um toque bastante mais original e arrojado. A relação entre Penny e aquele indivíduo do qual não me recordo o nome, nem tenho curiosidade de ir ver qual é, foi estranha. Não gostei da Penny, mas também acho que era apenas uma miúda, que certamente não merecia ser tão castigada pelas suas acções. Acções que não eram mais do que o reflexo das acções da própria mãe. Margeret, mãe de Penny, prima de Winnie e madrasta da Olívia foi uma personagem exemplar na óptica de qualquer vilão que se orgulhe. Uma mulher manipuladora, controladora e odiosa. A sua falta de escrúpulos e a sua enorme prespicácia em captar a essência das pessoas que a rodeavam e controlá-las atingindo os seus pontos mais frágeis foi notável durante grande parte da obra.
A história conclui-se num ritmo demasiado frenético. Talvez, se a autora tivesse retirado um dos enredos da história teria tido mais tempo para desenvolver melhor os seus capítulos finais. Posso concluir que “Mais Forte que o Desejo” tem quase tudo para agradar aos fãs do romance histórico, com alguns pontos fracos é certo. Contudo, o amor, o ódio, o mistério e até mesmo o perdão estão lá para nos entusiasmar e entreter.

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