7 de maio de 2015

Opinião - As Intermitências da Morte - José Saramago


Título: As Intermitências da Morte
Autor: José Saramago
Editora: Porto Editora

Sinopse:
«No dia seguinte ninguém morreu.»Assim começa este romance de José Saramago.Colocada a hipótese, o autor desenvolve-a em todas as suas consequências, e o leitor é conduzido com mão de mestre numa ampla divagação sobre a vida, a morte, o amor, e o sentido, ou a falta dele, da nossa existência.

Opinião por Telma Marques:
Uiii - ouve-se logo -, José Saramago? Esse homem nem sabe escrever em português, não faz pontuação. E só dizes que leste isso porque fica bem dizer que seu leu uma obra de um Nobel da literatura.”
Até poderia ser eu a dizer isto antes de ler eu própria um dos livros dele. E comecei pel’As Intermitências da Morte. O livro andava a passear-se lá por casa, é pequeno como quem diz que se me arrependesse de o ler também não teria investido assim tanto tempo na leitura – mal não faria em tentar.
Mas a estória é deliciosamente estranha. Fala-se da Morte, como uma personagem, uma pessoa, uma operária a precisar de espaço. De como ela se ausentou da profissão por uns tempos e as rocambolescas soluções criadas para contornar o facto.
Porque isso de não se morrer, naquele país retratado no livro, só foi bom enquanto foi novidade. Depois começou a criar problemas – logísticos sobretudo. E há páginas suficientes para rir com o inusitado da situação e outras tantas para reflectir sobre ela.
Supreendente. Ficção feita com situações do dia a dia. E com frases suficientemente bem construídas para não precisarem de mais pontuação (fica assim desfeito o mito).
Dito isto, acrescento apenas que foi uma óptima primeira experiência com Saramago. Na verdade a única má experiência que tive com ele, foi quando vi o filme “Ensaio sobre a cegueira” na primeira fila do cinema e de tão próxima do ecrã, quase ensaiei de facto a cegueira.

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