Título: Ensaios Sobre a Cegueira
Autor: José Saramago
Editora: Caminho
Sinopse:
Opinião por Liliana Martins:
"Se podes olhar vê
Editora: Caminho
Sinopse:
Uma cidade é devastada por uma
epidemia instantânea de "cegueira branca". Face a este surto
misterioso, os primeiros indivíduos a serem infectados são colocados pelas
autoridades governamentais em quarentena, num hospital abandonado. Cada dia que
passa aparecem mais pacientes, e esta recém-criada "sociedade de
cegos" entra em colapso.
Tudo piora quando um grupo de
criminosos, mais poderoso fisicamente, se sobrepõe aos fracos, racionando-lhes
a comida e cometendo actos horríveis. Há, porém, uma testemunha ocular a este pesadelo:
uma mulher, cuja visão não foi afectada por esta praga, que acompanha o seu
marido cego para o asilo. Ali, mantendo o seu segredo, ela guia sete
desconhecidos que se tornam, na sua essência, numa família. Ela leva-os para
fora da quarentena em direcção às ruas deprimentes da cidade, que viram todos
os vestígios de uma civilização entrar em colapso.
A viagem destes é plena de perigos, mas a
mulher guia-os numa luta contra os piores desejos e fraquezas da raça humana,
abrindo-lhes a porta para um novo mundo de esperança, onde a sua sobrevivência
e redenção final reflectem a tenacidade do espírito humano.
Opinião por Liliana Martins:
"Se podes olhar vê
Se podes ver repara"
Li este livro 3 vezes e com um intervalo reduzido entre elas. Fiquei absolutamente fascinada!
E se de repente houvesse uma epidemia, como tem havido tantas, em que se propagava o vírus da cegueira?
Pois é, como é algo que nunca me passou pela cabeça, há quase 20 anos atrás, tive oportunidade de ler este espetacular livro que me fez pensar no que nós somos e no pouco que basta para ficarmos reduzidos a meros "seres", onde a humanidade, a civilidade, o verniz e a futilidade desaparecem por completo. É um livro que contém descrições muito vívidas e, um pouco contrário ao estilo algo complexo de Saramago, lemos do princípio ao fim e de uma só assentada, como se de um livro de ação se tratasse, sendo a narração muito rápida e "aprisionante".
Contra todos os princípios morais e humanos que deviam nortear os seres numa situação de calamidade, são-nos descritas situações verdadeiramente arrepiantes em que alguns seres humanos não "despem" a sua verdadeira natureza, sendo cruéis e desumanos, mesmo para quem está na mesma situação e continuam a ser gananciosos, numa situação onde os valores materiais já não fazem sentido.
Por outro lado, nunca nos passa pelo sentido o que aconteceria se deixássemos todos de ver. As necessidades supérfluas deixariam de existir e ficariam só as mais básicas e mesmo essas seriam difíceis de satisfazer, transformando-nos em meros "animais", onde a luta pela sobrevivência e a grande custo se faria sentir a cada dia.
Por tudo isto, posso concluir que é um livro fascinante e um "abre olhos" para repensarmos as nossas vivências e objetivos numa sociedade em que o que conta é o materialismo, materialismo esse que deixa de ter importância numa situação de calamidade e que poderá acontecer num futuro. Deixa-nos, portanto, um verdadeiro arrepio de veracidade!
Li este livro 3 vezes e com um intervalo reduzido entre elas. Fiquei absolutamente fascinada!
E se de repente houvesse uma epidemia, como tem havido tantas, em que se propagava o vírus da cegueira?
Pois é, como é algo que nunca me passou pela cabeça, há quase 20 anos atrás, tive oportunidade de ler este espetacular livro que me fez pensar no que nós somos e no pouco que basta para ficarmos reduzidos a meros "seres", onde a humanidade, a civilidade, o verniz e a futilidade desaparecem por completo. É um livro que contém descrições muito vívidas e, um pouco contrário ao estilo algo complexo de Saramago, lemos do princípio ao fim e de uma só assentada, como se de um livro de ação se tratasse, sendo a narração muito rápida e "aprisionante".
Contra todos os princípios morais e humanos que deviam nortear os seres numa situação de calamidade, são-nos descritas situações verdadeiramente arrepiantes em que alguns seres humanos não "despem" a sua verdadeira natureza, sendo cruéis e desumanos, mesmo para quem está na mesma situação e continuam a ser gananciosos, numa situação onde os valores materiais já não fazem sentido.
Por outro lado, nunca nos passa pelo sentido o que aconteceria se deixássemos todos de ver. As necessidades supérfluas deixariam de existir e ficariam só as mais básicas e mesmo essas seriam difíceis de satisfazer, transformando-nos em meros "animais", onde a luta pela sobrevivência e a grande custo se faria sentir a cada dia.
Por tudo isto, posso concluir que é um livro fascinante e um "abre olhos" para repensarmos as nossas vivências e objetivos numa sociedade em que o que conta é o materialismo, materialismo esse que deixa de ter importância numa situação de calamidade e que poderá acontecer num futuro. Deixa-nos, portanto, um verdadeiro arrepio de veracidade!
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