12 de março de 2015

Filme "Chappie" - Crítica

Sinopse:
A história centra-se em Joanesburgo, num futuro próximo, na qual o governo cria uma força policial robótica para combater o nível demasiado alto de crimes. Um dos robôs é roubado e instalam software que lhe permite criar consciência, possibilitando pensamentos e sentimentos próprios. Entre os seus raptores, que querem usá-lo para fins ilícitos, e a empresa da qual foi roubado, que quer destruí-lo por quaisquer meios necessários para manter o status quo, o robô, que passam a chamar de Chappie, tenta compreender a sua nova existência e sobreviver… 

Crítica:
O diretor Neill Bloomkamp leva-nos à sua cidade natal, com uma história que, mais uma vez, mostra, em pano de fundo, as diferenças sociais lá encontradas, assim como as respetivas consequências.
Desta vez, o herói é um robô, construído com a intenção de ser um constituinte de uma força policial, mas que, devido à obsessão do seu inventor, torna-se o primeiro robô com consciência.
Muitos, tal como eu, verão no enredo semelhanças com outros filmes, tais como “I, Robot”, “A.I.” e o “Short Circuit” da década de 80. Mas, mais que um filme de ficção científica, com efeitos especiais e visuais, além de explosões e sequências de ação q.b., a maneira simples e, algumas vezes, cómica como são abordados vários temas, filosóficos e morais, sem grandes metáforas e que qualquer pessoa conseguirá perceber, foi um dos fatores que mais me surpreendeu e cativou.
Além disso, “Chappie” expressa muito bem questões colocadas desde antes do primeiro computador ser criado, tal como a aproximação entre homem e máquina, bem patente no final, em que o criador torna-se na sua criação, assemelhando-se a uma versão alterada da história de “Pinóquio”.
De notar a prestação dos “pais” de Chappie, que, sendo desconhecidos nesta área, conseguiram integrar bem as respetivas personagens, complementando muito bem a história, fazendo esquecer as prestações dos outros, mais famosos, nomes do elenco, que estiveram um pouco aquém das suas capacidades.
Para finalizar e sem querer ser exagerado, acredito que Neill Blomkamp não pretendeu fazer algo ao nível de “District 9”, mas conseguiu fazer de “Chappie” um ótimo entretenimento/mensagem e uma excelente escolha para passar duas horas.

Por Pedro M. Marques

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