8 de dezembro de 2014

The Hunger Games: A Revolta - Parte 1 - Crítica



Ficha Técnica: 
Título Original: The Hunger Games: Mockingjay - Part 1
Título Nacional: The Hunger Games: A Revolta - Parte 1
Argumento: Peter Craig, Danny Strong
Realização: Francis Lawrence
Produção: Nina Jacobson

Opinião por João Salvador Fernandes:
Dispenso-me de fazer aprofundadas apresentações sobre a primeira parte do terceiro e penúltimo capítulo do franchise The Hunger Games: lidera o box office português, com mais de 232.000 espectadores, e é a continuação da transposição, para o grande ecrã, da famosa trilogia de ficção científica escrita por Suzanne Collins.

Em The Hunger Games: A Revolta - Parte 1, é-nos trazida a continuação dos eventos interrompidos em The Hunger Games: Em Chamas, aquando da celebração especial dos jogos vorazes que opôs, uns aos outros, os campeões das edições anteriores e que culminou com o resgate de Katniss Everdeen (Jennifer Lawrence).

Deste modo, acompanhamos a protagonista em adaptação, algo relutante, ao seu novo papel de símbolo ardente do desejo por emancipação dos povos subjugados, enquanto que os seus libertadores, os rebeldes sediados no 13.º Distrito, tentam aproveitar, com engenho e argúcia, a sua recém-adquirida popularidade, pois pretendem torná-la num ícone propagandístico de revolta contra a opressão genocida comandada pelo infame Presidente Snow.

Por princípio, desaprecio este tipo de filmes cortados a metade; prefiro fruir de uma narrativa com início, meio e fim que abre caminho para sequelas. Ainda assim, mesmo sofrendo dos males da sua condição inacabada, que a limita no seu alcance e potencial em termos de argumento e concepção diegética, esta fita adopta uma perspectiva madura e instrospectiva superior à das suas antecessoras, focando-se nos âmbitos políticos, sociais,  psicológicos e emocionais das personagens. Infelizmente, recorre, em excesso, a convenções e temas sobejamente conhecidos e gastos; além de ser muito dependente da figura principal do enredo, bem desempenhada por Jennifer Lawrence.

Visual e sonoramente, o realizador Francis Lawrence (Constantine, Eu Sou a Lenda, Água aos Elefantes) e a sua equipa demonstram que são competentes e eficientes a dar uso ao melhor que outros inventaram no cinema; contudo, carecem de capacidade para sair das margens seguras que padronizam este tipo de produções. Louvo-lhe, todavia, o aprimorar da sua técnica de montagem, que muito me descontentou em Constantine.

Devo dizer que, de todos as longas-metragens que compõem esta “marca” cinematográfica,  The Hunger Games: A Revolta - Parte 1 é a que mais me agradou, revelando maior preocupação em respeitar a globalidade de elementos que fazem de um filme uma obra de arte e não um mero espectáculo de entretenimento. Com isto, porém, não estou a afirmar que se sobreleve ao patamar das películas que habitam o "Olimpo da Sétima Arte "– longe de tal façanha. Menos explosão, mais conteúdo, estas são as características que lhe conferem uma razoabilidade qualitativa que – para desdém alheio e minha simpatia – se traduziu em comentários como: “não estava à espera de que fosse tão parado.”

PS: Manifesto o meu prazer suave e prolongado ao rever Philip Seymour Hoffman num dos seus derradeiros papéis antes do inesperado falecimento: o talento inerente às suas performances, até nesta regular exibição,  raramente desaponta.


1 comentário:

Carla disse...

Olá
Estou desejosa por ver o filme, li o livro a semana passada e adorei por isso agora só falta o filme. Gostei do teu comentário.
Boas visualizações da sétima arte e boas leituras;)