24 de novembro de 2014

Deixa o amor entrar - Crítica



Ficha Técnica: 
Título Original: Love, Rosie 
Título Nacional: Deixa o Amor Entrar
Argumento: Juliette Towhidi
Realização: Christian Ditter
Produção: Robert Kulzer e Simon Brooks


Opinião por João Salvador Fernandes:
Deixa o amor entrar é mais um dos muitos filmes baseados em obras literárias que estão a estrear actualmente. Neste caso, seguindo – com as devidas adaptações ao formato cinematográfico – a narrativa do livro Where the Rainsbows End, de Cecelia Ahern.

Da autoria de Christian Ditter (realizador), esta comédia romântica obedece a grande parte dos princípios comuns a películas do género, relatando-nos a história da relação entre Rosie (Lily Collins) e Alex (Sam Claflin): dois amigos que, desde crianças, vão crescendo juntos, partilhando uma profunda e extremosa amizade; compartindo confidências, contentamentos e tristezas; até que se separam, aos 18 anos, porque Alex parte para Boston, a fim de estudar, enquanto que Rosie fica na sua terra natal por imposição de uma gravidez indesejada. Na verdade, ambos vivem um amor latente à espera de se tornar consciente e declarado.

Deixa o amor entrar é uma longa-metragem que não apelidarei de péssima, porque algumas das suas características merecem comentários positivos.

Imagética e sonoramente, revela qualidade técnica e sentido estético, ainda que sem assomos de intensa criatividade, enveredando por um humor ligeiramente menos cliché do que o habitual. Todavia, os elogios limitam-se aos campos referidos, pois, ainda que pudesse louvar a sua mensagem evidente, não vislumbro um motivo que o justifique: salvo raras excepções, este tipo de historietas propugna um corolário moral dificilmente contestável.

Por conseguinte, trata-se de uma fita algo divertida, porém, previsível – maçadoramente previsível –, com cenas precipitadas e forçadas, que não dão espaço ao evoluir da intensidade dramática; com um argumento pobre e incoerente; com actores sem centelha; com personagens mal desenvolvidas e exploradas, pouco credíveis, existindo como meros satélites irrelevantes em órbita das figuras principais… Nem a caracterização é razoável, conduzindo-nos à pergunta: será que as personagens envelhecem? 

Um filme visível num fim-de-semana à tarde, quando deitados no sofá e tomados pelo tédio; mas que, ao menos, nos alerta para noções como as de que, nos afectos, o aspecto físico deve ser secundário e de que não devemos desistir daqueles que amamos verdadeiramente. Ao menos, isso...


1 comentário:

ElsaR disse...

Sugestão...este é o tipo de filme em que eu prefiro ler a opinião de uma mulher :|