29 de setembro de 2014

Opinião - Uma voz na noite

Título: Uma voz na noite
Autor: Sandra Brown
Editora: Quinta Essência

Sinopse:
Para Paris Gibson, o seu popular programa de rádio nocturno é ao mesmo tempo uma fuga e o seu contacto real com o mundo exterior.
Desde que se mudou para Austin para mitigar a dor dos passados erros trágicos, Paris leva uma vida solitária, ganhando vida apenas quando apresenta o seu programa. Para os ouvintes fiéis é uma amiga sensata e de confiança, que não só acede aos seus pedidos de música como ouve também os seus problemas e, ocasionalmente, dá conselhos.
O mundo de isolamento de Paris é, porém, gravemente ameaçado quando um ouvinte - um homem que se identifica apenas como «Valentino» - lhe diz que os conselhos que deu à mulher que ele ama a levaram a abandoná-lo e que agora ele próprio pretende vingar-se. Primeiro planeia matar a rapariga que já raptou, dali a 72 horas, e a seguir virá atrás de Paris.
Com a ajuda da polícia de Austin, Paris entra numa corrida contra o tempo, num esforço para encontrar Valentino antes de ele poder cumprir a ameaça de matar - e de matar de novo. Para seu espanto, descobre que uma das pessoas com quem tem de trabalhar é o psicólogo criminal Dean Malloy, um homem com quem partilha um passado que teve um efeito catastrófico na vida de ambos. A sua presença desperta paixões antigas, obrigando Paris a confrontar as memórias dolorosas que tentava esquecer.
Enquanto o relógio continua a avançar, e as ameaças de Valentino de se aproximar se vão tornando realidade, Paris vê-se de repente obrigada a lidar com um assassino que, afinal, pode não ser um desconhecido.

Opinião por Filipa Monteiro:
As sinopses dos livros de Sandra Brown fascinam-me sempre. Quando sai um novo livro é inevitável que eu queira tê-lo na mão. Este livro, reteve a minha atenção logo aquando da sua publicação. Entretanto metem-se no meio outras leituras e para intercalar géneros e autores, muitas vezes autores favoritos ficam para trás. Consegui finalmente adquirir todos os livros da autora este ano na feira do livro de Lisboa.

O meu género de leitura favorito é o policial e, quanto mais sangrento e violento, melhor
S. Brown, consegue conjugar a componente policial com o romance de uma maneira que eu acho super inteligente.
Transforma um livro que deve ser nomeado como policial, numa dança entre dois géneros, elaborada de uma forma muito cativante.

"Uma voz na noite" leva-nos num labirinto de emoções. Conhecemos Paris Gibson, uma locutora de rádio que consegue atrair as atenções sobre si própria mesmo sem querer ou ter qualquer noção sobre isso, pois ela é apenas. . . uma voz.

Desloca-se para o trabalho e, no seu dia-a-dia com óculos de sol. Consegue ser misteriosa. Mas será essa a razão para os utilizar?
É uma locutora de rádio nocturna que mantém um excelente contacto com os seus ouvintes, faz imensa companhia durante as 4h de duração do seu programa. Coloca conversas com os ouvintes no ar, pedidos de músicas por ocasiões especiais, conselhos, etc. Até ao dia em que recebe uma chamada bastante ameaçadora que a coloca alerta e entra de imediado em contacto com as autoridades.

Aqui entra Sandra Brown a fazer a sua magia. . . São introduzidos uma série de personagens com as suas caraterísticas, uns inofensivos (ou assim se pensa), outros com passados obscuros e preocupantes. . .

Há ainda uma personagem que tenho de destacar pela força de carácter e a dinâmica que criou na minha leitura. Dean Malloy.
Um homem que me despertou todos os sentidos desde o início.

Fui percorrendo o caminho da leitura e, para não variar, fui levada para onde a autora queria que eu fosse, e é esta a característica que mais admiro na autora, cria labirintos na minha cabeça e eu desconfio de todas as pessoas que ela me vai "pondo à frente".

Compulsão sexual, pedofilia, incesto, abusos infantis, violência, rapto, infidelidade. Este livro tem quase tudo. Ah! Tem crime (ou crimes).

Sou tão distraída pela narrativa que, em vez de, querer mais mortes (normalmente o que quero ler nos policiais), só quero descobrir e ter acesso a partes do assassino. Sim. Outra vantagem deste livro, temos acesso às partes perpetradas pelo assassino.

O que pergunto acerca deste livro é:
-Será que, acontecimentos do passado estão assim tãããooo no passado??

-Podemos suscitar interesse em pessoas que nunca vimos mas que ficam obcecados connosco de uma maneira irreversível?

- Serão acontecimentos do passado desculpas para levarmos a nossa avante?

Escusado será dizer que fui completamente assoberbada pelo final. Mais uma vez.

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