23 de setembro de 2014

Opinião - Em troca de um coração

Título: Em troca de um coração
Autor: Jodi Picoult
Editora: Civilização

Sinopse:
Aceitava realizar o último desejo de um condenado para salvar a vida de um filho? Com uma sensibilidade literária invulgar, Jodi Picoult conduz uma vez mais o leitor a uma encruzilhada moral. Como é que uma mãe concilia a trágica perda de um filho com a oportunidade de salvar a alma de um homem que odeia?
Shay foi condenado à morte por matar a pequena Elizabeth Nealon e o padrasto. Onze anos mais tarde, a irmã de Elizabeth, Claire, precisa de um transplante de coração e Shay, que vai ser executado, oferece-se como dador. Este último desejo do condenado complica o plano de execução, pois uma injecção letal inutilizaria o órgão. Entretanto, a mãe da criança moribunda debate-se com a questão de pôr de parte o ódio para aceitar o coração do homem que matou a sua filha. Picoult hipnotiza o leitor com uma história de redenção, justiça, e amor.

Opinião por Filipa Monteiro:
Nunca tinha lido nada de Jodi Picoult e andava curiosa sobretudo por todas as boas reacções que a autora desperta sempre que a menciono.

A narrativa passa por uma questão que nenhuma pessoa devia alguma vez ter de passar por.
A questão é: Se um homem passasse por nossa casa, a quem demos trabalho e depositámos confiança, rouba-se a vida ao nosso marido e à nossa filha, o que faríamos nós, anos mais tarde quando temos outro filho e esse filho necessita de um transplante de coração urgentemente e o assassino condenado à pena de morte dispõe-se, ou melhor, exige que a sua morte sirva para que o seu coração seja transplantado para o coração da nossa filha que precisa. . .

A outra questão do livro é a pena de morte.
Nos dias de hoje é executada através de uma injecção letal, mas há excepções, em que, pelo menos no Estado em que se passa a história, pode ser executada através de enforcamento e assim preservar os orgãos vitais para posterior transplante, ao contrário da injecção letal, que "infecta" rapidamente toda a circulação sanguínea.

Há ainda outra questão muito importante no livro, que foi a que me fez desgostar do livro, devido à maneira como foi esmiuçada, no entanto, devido à natureza dos personagens, assim era necessário - A questão é: A RELIGIÃO.

Os capítulos leêm-se maioritariamente muito bem, sendo que a história é-nos apresentada através de várias pessoas, sendo o meu favorito: Lucius Dufresne, um recluso.

O que mais gostei de ler foram mesmo os pormenores acerca da vida dos prisioneiros, tanta coisa por que passam. . . verdade seja dita, muitos o merecem mas outros. . . nem tanto.

Os preconceitos que se criam à volta das pessoas, muitas vezes apenas pela sua aparência. . . Uma pessoa bem vestida e com um bom emprego, com estatuto, é boa pessoa? Uma pessoa mal vestida, mas mesmo assim trabalhadora, é má pessoa? As injustiças que acontecem por causa desta premissa. . .

A fé. . . a fé é muitas vezes questionada também. Afinal em que acreditamos nós? Cada pessoa descreve a fé de forma diferente. .

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