10 de setembro de 2011

Opinião - Como Deus Manda

Título: Como Deus Manda
Autor: Niccolò Ammaniti
Editora: Bertrand

Sinopse:
Cristiano tem treze anos e uma vida bem longe da perfeição. Quando o seu pai e dois amigos engendram um plano para assaltarem um banco, Cristiano vê nisso a possibilidade de uma vida melhor. Mas as coisas não correm bem. Numa apocalíptica noite de tempestade, o papel desempenhado por cada uma das personagens irá desencadear consequências terríveis.
Cru e implacável, Como Deus Manda tem um ritmo alucinante e é um livro pautado pela violência, o humor negro e a ternura. Niccolò Ammaniti apresenta-nos um elenco de personagens inesquecíveis, numa encruzilhada entre a esperança e o desespero.

Opinião por Maria José Rosado:
Tinha este livro em casa já há algum tempo e ainda não tinha tido tempo para o ler, mas é de facto uma obra extraordinária.
Tem como personagens centrais um pai e um filho de 13 anos, que vivem em condições deploráveis, com uma vivência marcada pela violência, maus tratos, bebida em excesso e actividades ilícitas.
O pai planeia fazer um assalto a um banco juntamente com dois amigos, mas noite em que era suposto o assalto acontecer desaba sobre a cidade uma grande tempestade, fazendo com que os planos sejam alterados.
Mas a alteração dos planos resulta numa série de acontecimentos que se cruzam entre si, fazendo com que as personagens permaneçam interligadas pelos factos acontecidos.
À primeira vista parece confuso, mas a obra é de facto extraordinária - embora tenha uma linguagem violenta e agressiva, faz-nos pensar que somos fruto do meio em que somos criados e que um jovem, mesmo vivendo sózinho com o pai que lhe dá maus tratos, vê sempre no seu progenitor uma imagem de referência.
Quantos jovens destes haverão por esse mundo fora, que em nome do amor que sentem por quem lhes está próximo, são capazes de cometer os actos mais atrozes?
E quantos seres humanos se sentem diminuídos fisicamente (tal como a personagem "Quatro Fromaggio") e são gozados por causa disso, pelo facto de terem um defeito a nível físico? E já pensamos que o facto de essas pessoas se sentirem diminuídas faz crescer dentro delas uma raiva constante, que um dia acaba por "explodir" atingindo quem menos se espera?
É realmente uma obra interessante que nos faz pensar em muitos aspectos da nossa sociedade.

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