8 de julho de 2011

Opinião - No seu mundo

Título: No seu mundo
Autor: Jodi Picoult
Editora: Civilização

Sinopse:
Jacob Hunter é um adolescente: brilhante a Matemática, sentido de humor aguçado, extraordinariamente bem organizado, incapaz de seguir as regras sociais. Jacob tem síndrome de Asperger. Está preso no seu próprio mundo - consciente do mundo exterior e querendo relacionar-se com ele. Jacob tenta ser um rapaz como os outros mas não sabe como o conseguir.
Quando o seu tutor é encontrado morto, todos os sinais típicos da síndrome de Asperger - não olhar as pessoas nos olhos, movimentos descontrolados, acções inapropriadas - são identificados pela Polícia como sinais de culpa. E a mãe de Jacob tem de fazer a si própria a pergunta mais difícil do mundo: será o seu filho capaz de matar

Opinião por Maria José Rosado:
A primeira palavra que me vem à cabeça depois de ter lido esta obra é: INTENSO!
É isso que eu considero, é um livro muito intenso.
Aborda um jovem que sofre de autismo, o chamado Síndrome de Asperger, doença muito falada na nossa sociedade, mas que a maior parte de nós nem sabe do que se trata.
Durante a leitura conseguimos perceber o que sente e sofre um jovem autista - Jacob - , como vê o mundo, o que o perturba, o que o incomoda e o que pode desencadear-lhe uma crise.
Podemos também avaliar como se sente a mãe de uma criança autista, todo o esforço financeiro e psicológico que tem que fazer ao longo da vida, como consegue lidar com a doença e as várias formas de adaptar-se, como acompanhante dessa mesma doença, à rotina do seu dia-a-dia.
Mais importante ainda - é-nos descrito os sentimentos, frustrações e limitações do irmão de Jacob, os transtornos que a doença do irmão lhe traz, os sentimentos contraditórios que sente relativamente ao problema do irmão, a dificuldade de integração socialmente e o facto de não poder fazer novos amigos, condicionados pela presença do irmão autista.

Em resumo: um jovem que sofre de autismo é acusado formalmente de homicídio e todos os sinais da sua doença são comprometedores, pois levam o juíz e os jurados a assumi-los como sinais de culpa - mais um sinal que a sociedade que nos rodeia não conhece o Síndrome de Asperger nem os sinais próprios da doença.

Se tivesse que classificar este livro numa escala de 0 a 10, sem hesitar daria-lhe um 20!!! Uma obra que não consegue deixar ninguém indiferente e que nos faz pensar "E se fosse o nosso filho?"
Recomendo vivamente esta leitura.

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