Autor: Manuel Arouca
Editora: Esfera dos Livros
Sinopse:
“O brilho dos seus olhos tinha-a marcado para sempre. Cecília era casada com um homem que não amava, era herdeira do império financeiro Mendes Silva que se estendia até Angola e, sabia que a agitação política que se vivia em Portugal, depois da revolução do 25 de Abril de 1974, ameaçava fazer ruir o mundo em que vivia. Manuel Arouca traz-nos a história dos Exilados, dos muitos portugueses que se viram obrigados a abandonar Portugal, com destino ao Brasil, depois de verem nacionalizados os seus negócios, as suas contas bancárias congeladas e as suas casas ocupadas, com a Revolução dos Cravos. Ali encontraram um porto de abrigo, um país novo, com costumes diferentes, onde, do zero, tiveram de reconstruir as suas vidas. Quando desembarcou no Rio de Janeiro Cecília sabia que o futuro dos Mendes Silva estava nas suas mãos. Era ela que teria de recomeçar do nada. Mas entre a tentadora praia de Ipanema, o conhecido restaurante do Copacabana Palace, ou a imagem apaziguadora do Cristo Redentor Cecília não conseguia esquecer a imagem daqueles olhos marcados pela tragédia. Tinha de descobrir José, resgatá-lo da sua dor, estender-lhe a mão e, quem sabe, libertar-se das regras sociais que a estrangulavam, de um marido que a traía e a desrespeitava e
Opinião por Joana Azevedo:
A grande mais-valia deste livro é a excelente caracterização histórica e social do período pós-25 de Abril. Mostra a forma como após a Revolução, o Partido Comunista ganhou grande poder em Portugal. Os bancos foram nacionalizados e muitos dos seus administradores presos sob a acusação de serem “fascistas”. O medo de perder todos os seus bens abateu-se sobre as classes mais altas da sociedade portuguesa. Várias pessoas viram as suas contas bancárias congeladas e saíram do país, levando os seus bens mais valiosos e restabelecendo-se noutros locais, confortavelmente, graças a dinheiro que tinham em bancos estrangeiros. Outras, que tinham todos os seus bens em Portugal, abandonaram o país sem nada terem. Em Angola, o terror abateu-se sobre os colonos brancos, generalizando-se a violência, à medida que a população branca ia abandonando precipitadamente a colónia.
Muitas destas pessoas, estabeleceram-se no Brasil, onde tentaram reconstruir as suas vidas. É o caso de Cecília, administradora de um banco, que após ter sido libertada da prisão parte pela Europa, em busca de apoios para criar um novo banco no Brasil. Aproveita a viagem para fugir das rígidas normas sociais de Lisboa e do seu marido, que não ama e que não foi expulso do banco, reunindo-se, no Brasil, às suas amigas de infância. Nesta terra, descobre uma sociedade muito mais aberta e animada.
Na minha opinião, o enredo em si é pouco original, forçado, chega mesmo a ser chato. A personagem principal está durante quase todo o livro num impasse, a hesitar e a tentar decidir se anda para a frente ou para trás. As personagens são simpáticas ou desagradáveis, mas bastante mornas. Não senti a alegria ou a dor de nenhuma delas, não me apaixonaram nem revoltaram.
Editora: Esfera dos Livros
Sinopse:
“O brilho dos seus olhos tinha-a marcado para sempre. Cecília era casada com um homem que não amava, era herdeira do império financeiro Mendes Silva que se estendia até Angola e, sabia que a agitação política que se vivia em Portugal, depois da revolução do 25 de Abril de 1974, ameaçava fazer ruir o mundo em que vivia. Manuel Arouca traz-nos a história dos Exilados, dos muitos portugueses que se viram obrigados a abandonar Portugal, com destino ao Brasil, depois de verem nacionalizados os seus negócios, as suas contas bancárias congeladas e as suas casas ocupadas, com a Revolução dos Cravos. Ali encontraram um porto de abrigo, um país novo, com costumes diferentes, onde, do zero, tiveram de reconstruir as suas vidas. Quando desembarcou no Rio de Janeiro Cecília sabia que o futuro dos Mendes Silva estava nas suas mãos. Era ela que teria de recomeçar do nada. Mas entre a tentadora praia de Ipanema, o conhecido restaurante do Copacabana Palace, ou a imagem apaziguadora do Cristo Redentor Cecília não conseguia esquecer a imagem daqueles olhos marcados pela tragédia. Tinha de descobrir José, resgatá-lo da sua dor, estender-lhe a mão e, quem sabe, libertar-se das regras sociais que a estrangulavam, de um marido que a traía e a desrespeitava e
Opinião por Joana Azevedo:
A grande mais-valia deste livro é a excelente caracterização histórica e social do período pós-25 de Abril. Mostra a forma como após a Revolução, o Partido Comunista ganhou grande poder em Portugal. Os bancos foram nacionalizados e muitos dos seus administradores presos sob a acusação de serem “fascistas”. O medo de perder todos os seus bens abateu-se sobre as classes mais altas da sociedade portuguesa. Várias pessoas viram as suas contas bancárias congeladas e saíram do país, levando os seus bens mais valiosos e restabelecendo-se noutros locais, confortavelmente, graças a dinheiro que tinham em bancos estrangeiros. Outras, que tinham todos os seus bens em Portugal, abandonaram o país sem nada terem. Em Angola, o terror abateu-se sobre os colonos brancos, generalizando-se a violência, à medida que a população branca ia abandonando precipitadamente a colónia.
Muitas destas pessoas, estabeleceram-se no Brasil, onde tentaram reconstruir as suas vidas. É o caso de Cecília, administradora de um banco, que após ter sido libertada da prisão parte pela Europa, em busca de apoios para criar um novo banco no Brasil. Aproveita a viagem para fugir das rígidas normas sociais de Lisboa e do seu marido, que não ama e que não foi expulso do banco, reunindo-se, no Brasil, às suas amigas de infância. Nesta terra, descobre uma sociedade muito mais aberta e animada.
Na minha opinião, o enredo em si é pouco original, forçado, chega mesmo a ser chato. A personagem principal está durante quase todo o livro num impasse, a hesitar e a tentar decidir se anda para a frente ou para trás. As personagens são simpáticas ou desagradáveis, mas bastante mornas. Não senti a alegria ou a dor de nenhuma delas, não me apaixonaram nem revoltaram.
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