Autor: Nerea Riesco
Editora: Bertrand
Sinopse:
Século XVII, Norte de Espanha: um inquisidor, uma bruxa... e alguns feitiços.
Em 1610, em Logronho, onze pessoas são condenadas à fogueira acusadas de bruxaria. Apesar disso, as terras de Biscaia e Navarra continuam a sofrer com a presença do demónio e dos seus seguidores. Para tranquilizar o povo, o Santo Ofício envia Alonso de Salazar y Frías, um inquisidor secretamente descrente: perdeu a fé em Deus e já não acredita no Diabo nem em bruxas. A sua história cruza-se inevitavelmente com a de Mayo, que percorre as estradas espalhando encantamentos e feitiços. Durante a sua jornada, ambos terão de enfrentar perigos inimagináveis, poderes terrenos e também a morte daqueles que mais amam.
Uma narrativa poderosa que recupera a força da tradição mágica da cultura espanhola, em que está implicada a elite do poder político e religioso do Século do Ouro e que se baseia num episódio da História, documentado e misteriosamente escondido nas caves obscuras do Santo Ofício durante mais de três séculos.
Opinião por Joana Azevedo:
Gostei bastante deste livro. Passa-se no norte de Espanha, no século XVII. Conta a história de Mayo, uma rapariga ingénua que procura incessantemente a sua amiga Ederra, presa pela Inquisição. A sua única pista é o inquisidor Salazar, que segue a uma distância discreta. Paralelamente é-nos contada a história deste inquisidor, que secretamente perdeu a fé em Deus. Aceitou a missão de viajar até ao Norte, assolado por supostos ataques de “bruxas”, pois a sua única esperança é encontrar provas de que as bruxas, mulheres que entregam a sua alma ao Diabo em troca de poderes mágicos e que se dirigem de noite em vassouras voadoras e reuniões secretas com a sua seita, de facto existem. Se Salazar conseguir encontrar provas da existência do Diabo, então saberá que Deus também existe e poderá reencontrar o conforto espiritual de que usufruíra na sua juventude. Contudo, até agora, apenas encontrou embustes, acusações movidas por imaginações prodigiosas e por invejas, em que os seus colegas acreditam, condenado pessoas inocentes á morte pela fogueira.
Este espírito de “mata que é bruxa” também predomina na população. A intolerância em relação aos suspeitos de bruxaria é total. Só para terem uma ideia vou colocar aqui uma passagem que me chocou especialmente. Numa determinada aldeola, junto a uma espécie de grutas que dão para um precipício e que estão conotadas com a bruxaria e as coisas diabólicas em geral, a população adquiriu o hábito de atirar do precipício todos os que se aproximassem das ditas grutas, ao grito de: “Atirem todos que Deus saberá distinguir os misericordiosos!”
Mas o livro é muito mais que isto. É a vida de Mayo e Ederra, percorrendo caminhos e fazendo encantamentos e feitiços (não são inventados, são fórmulas e receitas da época, algumas ainda hoje usadas). É o choque e a sensação de perda de Mayo quando ficou sozinha. Esta parte está tão bem escrita que praticamente pude sentir as mesmas sensações físicas que ela sentiu e a mesma angústia. A forma como o seu mundo mudou quando se apaixonou. É também todo o mundo interior do inquisidor Salazar, as suas dúvidas que foram dando origem a terríveis certezas. A sua própria paixão impossível. E muito muito mais.
Um livro realmente excelente!
Editora: Bertrand
Sinopse:
Século XVII, Norte de Espanha: um inquisidor, uma bruxa... e alguns feitiços.
Em 1610, em Logronho, onze pessoas são condenadas à fogueira acusadas de bruxaria. Apesar disso, as terras de Biscaia e Navarra continuam a sofrer com a presença do demónio e dos seus seguidores. Para tranquilizar o povo, o Santo Ofício envia Alonso de Salazar y Frías, um inquisidor secretamente descrente: perdeu a fé em Deus e já não acredita no Diabo nem em bruxas. A sua história cruza-se inevitavelmente com a de Mayo, que percorre as estradas espalhando encantamentos e feitiços. Durante a sua jornada, ambos terão de enfrentar perigos inimagináveis, poderes terrenos e também a morte daqueles que mais amam.
Uma narrativa poderosa que recupera a força da tradição mágica da cultura espanhola, em que está implicada a elite do poder político e religioso do Século do Ouro e que se baseia num episódio da História, documentado e misteriosamente escondido nas caves obscuras do Santo Ofício durante mais de três séculos.
Opinião por Joana Azevedo:
Gostei bastante deste livro. Passa-se no norte de Espanha, no século XVII. Conta a história de Mayo, uma rapariga ingénua que procura incessantemente a sua amiga Ederra, presa pela Inquisição. A sua única pista é o inquisidor Salazar, que segue a uma distância discreta. Paralelamente é-nos contada a história deste inquisidor, que secretamente perdeu a fé em Deus. Aceitou a missão de viajar até ao Norte, assolado por supostos ataques de “bruxas”, pois a sua única esperança é encontrar provas de que as bruxas, mulheres que entregam a sua alma ao Diabo em troca de poderes mágicos e que se dirigem de noite em vassouras voadoras e reuniões secretas com a sua seita, de facto existem. Se Salazar conseguir encontrar provas da existência do Diabo, então saberá que Deus também existe e poderá reencontrar o conforto espiritual de que usufruíra na sua juventude. Contudo, até agora, apenas encontrou embustes, acusações movidas por imaginações prodigiosas e por invejas, em que os seus colegas acreditam, condenado pessoas inocentes á morte pela fogueira.
Este espírito de “mata que é bruxa” também predomina na população. A intolerância em relação aos suspeitos de bruxaria é total. Só para terem uma ideia vou colocar aqui uma passagem que me chocou especialmente. Numa determinada aldeola, junto a uma espécie de grutas que dão para um precipício e que estão conotadas com a bruxaria e as coisas diabólicas em geral, a população adquiriu o hábito de atirar do precipício todos os que se aproximassem das ditas grutas, ao grito de: “Atirem todos que Deus saberá distinguir os misericordiosos!”
Mas o livro é muito mais que isto. É a vida de Mayo e Ederra, percorrendo caminhos e fazendo encantamentos e feitiços (não são inventados, são fórmulas e receitas da época, algumas ainda hoje usadas). É o choque e a sensação de perda de Mayo quando ficou sozinha. Esta parte está tão bem escrita que praticamente pude sentir as mesmas sensações físicas que ela sentiu e a mesma angústia. A forma como o seu mundo mudou quando se apaixonou. É também todo o mundo interior do inquisidor Salazar, as suas dúvidas que foram dando origem a terríveis certezas. A sua própria paixão impossível. E muito muito mais.
Um livro realmente excelente!
Sem comentários:
Enviar um comentário