4 de dezembro de 2010

Opinião - A rapariga que roubava livros

Título: A rapariga que roubava livros
Autor: Markus Zusak
Editora: Editorial Presença

Sinopse:
Quando a morte nos conta uma história temos todo o interesse em escutá-la. Assumindo o papel de narrador em A Rapariga Que Roubava Livros, vamos ao seu encontro na Alemanha, por ocasião da segunda guerra mundial, onde ela tem uma função muito activa na recolha de almas vítimas do conflito. E é por esta altura que se cruza pela segunda vez com Liesel, uma menina de nove anos de idade, entregue para adopção, que já tinha passado pelos olhos da morte no funeral do seu pequeno irmão. Foi aí que Liesel roubou o seu primeiro livro, o primeiro de muitos pelos quais se apaixonará e que a ajudarão a superar as dificuldades da vida, dando um sentido à sua existência. Quando o roubou, ainda não sabia ler, será com a ajuda do seu pai, um perfeito intérprete de acordeão que passará a saber percorrer o caminho das letras, exorcizando fantasmas do passado. Ao longo dos anos, Liesel continuará a dedicar-se à prática de roubar livros e a encontrar-se com a morte, que irá sempre utilizar um registo pouco sentimental embora humano e poético, atraindo a atenção de quem a lê para cada frase, cada sentido, cada palavra.

"Um livro soberbo que prima pela originalidade e que nos devolve um outro olhar sobre os dias da guerra no coração da Alemanha e acima de tudo pelo amor à literatura."

Opinião por Cristina Delgado:
Excelente este livro!
Muito embora todas as críticas que li ou ouvi falar apontassem para uma leitura apaixonante, comecei a lê-lo um pouco céptica pois o que para uns é muito bom, para outros...
Ao começar as primeiras páginas achei a escrita diferente, um pouco confusa. Talvez por o narrador ser a própria "Morte". Mas este sentimento durou pouco tempo. Este livro é, realmente, apaixonante!
A "Morte" começa por nos contar uma das suas imensas histórias, a história de uma rapariga que, um pouco pelas circunstâncias da vida e por aprender a gostar de ler e de livros, roubava livros.
Alemanha, Molching, subúrbio de Munique, Segunda Guerra Mundial, Hitler. Um outro lado da História. Este livro fez-me lembrar "A sétima porta" de Zimler. Também aqui vemos a pressão feita por Hitler (e seus aliados no poder) ao povo alemão, no sentido de aderirem às suas ideias. Esquecemo-nos, muitas vezes, que nem todos alinharam de boa vontade nessa atrocidade que foi o holocausto. O seu sofrimento não chegou, nem de longe nem de perto, ao sofrimento passado pelos judeus... não é isso que se trata, mas houve um "outro lado", gente que tentou ajudar, gente que tinha coração.
O poder que palavras possuem e o medo desse mesmo poder, a fome e a miséria, a dor e o sofrimento, o amor e a ajuda... Personagens que nos ficam marcadas.
Este livro é bom, comove! Ficamos nele e a pensar nele.
Ah, e a capa é belíssima...

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