23 de novembro de 2010

Opinião - O Menino Que Sonhava Chegar À Lua


Título: O Menino Que Sonhava Chegar À Lua
Autor: Sally Nicholls
Editora: Editorial Presença

Sinopse:
Há histórias com um final triste que são encaradas de uma forma positiva. Tudo depende do ponto de vista. Esta é a mensagem central do livro de estreia de Sally Nicholls que venceu o prémio da Waterstones Children?s Book Award 2008, um galardão votado por livreiros de mais de 300 lojas no Reino Unido, Irlanda e Europa com o propósito de fazer ?aparecer o talento escondido na literatura para crianças?. E apesar deste livro ter sido categorizado como uma leitura juvenil, atravessa algumas faixas estarias dirigindo-se igualmente ao segmento adulto, à semelhança de outros livros como o Principezinho, de Antoine de Saint-Exupéry ou de O Estranho Caso do Cão Morto, de Mark Haddon. O Menino Que Sonhava Chegar à Lua conta a história de Sam, um rapaz de onze anos que está a morrer com leucemia, e que sabe que vai morrer e que morrer é um facto da vida. Sam adora coleccionar factos. Quer saber tudo sobre OVNIS e filmes de terror e naves espaciais e fantasmas e cientistas, e quer saber o que se sente quando se beija uma rapariga. E como tem leucemia quer saber tudo sobre a morte. Um relato apaixonante, sensível e profundo de um pequeno rapaz que procura respostas a perguntas que ninguém quer responder.

Opinião por Vítor Caixeiro:
Penso que a tradução do título original "Ways To Live Forever" para este livro seria a forma deste ganhar mais fama. O título adaptado pela Presença é enganador, não nego, porque o conteúdo do livro é muito mais que um sonho de chegar à Lua.
Quando se inicia a leitura deste livro, não se dá pelo passar das horas. Envolvi-me de um modo tão intenso em toda a história que fiquei preso ao mundo de Sam. Fiquei com a sensação que a acção se estava a desenrolar à minha volta.
Dada a complexidade do assunto que o livro trata, a autora procurou formas de aliviar a leitura com algumas ilustrações dos desejos do protagonista. Também tentou jogar com o humor infantil de forma a que não ficássemos tristes com os vários "choques" que "apanhamos" enquanto lemos.
Não é uma leitura comum. Apresenta uma espécie de drama que, por mais voltas que se dêem, não passará de drama. Este aspecto pode tirar a vontade ao leitor de continuar a ler o livro, mas penso que isso não acontecerá àqueles que realmente amam a leitura.
Ao longo do enredo, a autora prepara-nos para aceitarmos o seu fim, seja drástico ou não. Como tal, o mesmo não me surpreendeu.
Surpreendeu-me sim o modo de escrita da autora, leve e agradável, e a capacidade de lidar extraordinariamente bem com situações difíceis do quotidiano.
Este é o primeiro romance escrito por Sally Nicholls. É um pequeno livro de estreia, mas uma grande lição de vida. Espero mais obras publicadas, mas também que sejam um pouco maiores para que a leitura não acabe rapidamente! Recomendo aos que já pensaram ver de tudo na vida. Ficarão com outro opinião assim que Sam vos entre na mente.

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