25 de outubro de 2010

Opinião - Margot - Estrelinha Azul


Título: Margot - Estrelinha Azul
Autor: Ana Paula Pinto
Editora: Papiro Editora

Sinopse:
Olhavam o pôr-do-sol. Sentados no interior do Mercedes azul-escuro e resguardados do frio que se fazia sentir, observavam a luz do entardecer reflectida na imensidão lamacenta da baía de Alcochete.
O cheiro do lodo escuro intensificava-se. Aspiravam a maresia vinda do oceano. Sob a luz alaranjada que declinava no horizonte ele pegou na sua mão e acariciou um a um os seus dedos esguios. Calados na magia do momento, cruzavam os seus olhares, furtivamente, como duas crianças apanhadas em falta. (...)

- Tenho cancro – tinha-lhe dito. Assim, sem reservas nem rodeios, logo na primeira troca de palavras, como se o quisesse prevenir do risco.
– Tens cancro – repetiu, pensando que não tinha abarcado o significado do que dissera. E as suas palavras ficaram, por momentos, a pairar no silêncio.

Opinião por Bruna Cunha:
Esta opinião, foi a mais difícil que fiz até agora sobre um livro. O que aqui escrevo, está muito longe de atingir a intensidade da mensagem, que esta mãe quis transmitir neste livro.
O testemunho que esta mãe dá, da luta constante e sem tréguas que a sua filha teve de travar contra o cancro, sensibilizou-me bastante. É um simples relato, de parte da curta vida da jovem Margaret, mas sem dúvida uma grande lição de vida que me marcou bastante. Um relato carregado de sentimentos como o amor, a saudade e a esperança. Sentimentos esses que me fizeram viver esta história de perto, partilhando com esta mãe e seus familiares cada momento.
A coragem e vontade de viver de Margaret impressionou-me.
Tenho vinte e sete anos, estudei, namorei, casei e fui mãe, realidades da minha vida que esta jovem de vinte e três anos sempre quis alcançar e que o destino assim não o permitiu.
Sei que muita gente não lê histórias inéditas, pois preferem ler ficção. O mundo dos sonhos é bem mais agradável, que uma visão da pura realidade que é a vida de qualquer ser humano e o quanto ela pode ser frágil.
Como a mãe de Margaret e escritora deste livro diz :

“ (…)nunca acontece connosco, não é ? “

A mim já aconteceu!
Claro que a minha avó já não era nova, mas as pessoas valem pelo significado que têm para nós. O cancro não escolhe idades nem vê caras, muitas vezes é fatal e inevitável.
Gostava muito de ajudar a mãe de Margaret a passar a sua mensagem, ajudem também.

"Penso que, um dia, gostaria de dar a conhecer a tua vida. Mostrar ao mundo o teu testemunho de luta pacífica, de coragem inabalável, de vontade de viver."

Ana Paula Pinto (mãe de Margaret)

Com a venda deste livro, Ana Paula Pinto irá fazer um donativo em nome da sua filha, á Liga Portuguesa contra o Cancro.

5 comentários:

Unknown disse...

Acho que esta opinião está simples mas ao mesmo tocante: conseguimos perceber o quanto profunda é a mensagem deste livro. Eu não li este livro mas ao ler esta opinião fiquei com vontade de ler! Acho que todos podemos aprender algo com este livro e tentar ajudar. Afinal se cada um ajudar um pouco no final todos ajudamos muito :)

ana paula pinto disse...

Bruna,

Numa altura em que tenho recebido comentários tão negativos e chocantes sobre a minha decisão de divulgar o nome e parte da vida da minha filha, todos os que revelem sensibilidade e compreensão pelo meu gesto, me são especialmente sensíveis.

Evidente que não deveria deixar-me abater pelo negativo e valorizar a imensa solidariedade que se gerou. Neste sentido, Bruna, está à vontade para proceder como achar por bem, dependendo do resultado do concurso.
Independentemente do mesmo, fico-lhe muito reconhecida por ter seleccionado "Margot". E mais ainda pela sensibilidade que demonstra.

macy disse...

Ana Paula

Dê ouvidos apenas a quem merece ser ouvido. Não dê grande importância aos comentários negativos. Quem os faz por vezes apenas está a exprimir a sua opinião mas por vezes a mesma é fria e analítica. Se a Ana Paula for "culpada" do que a acusam, isso ficará apenas na sua consciência e não vejo motivo para as pessoas fazerem julgamentos tão precisos sobre a consciência dos outros mas isso também ficará apenas na consciência deles...
Seja positiva, dê importância ao que merece importância e continue a sua luta.

Anónimo disse...

Não precisa sentir-se abatida.Há razões que a própria razão desconhece.
Se está bem cosigo própria ,siga em frente, caso contrário reflicta e corrija os erros.
É bom um abanãozinho de vez em quando para não perdermos a noção dos limites,e sobretudo não esqueça que "a minha liberdade acaba quando começa o nariz do outro".
LM

Anónimo disse...

encontrei por mero acaso esta página, da qual desconheço o contexto, mas achei relevante a sinopse do livro ealgo curioso sobre o mistério em que parece estar envolto. Será que ainda é possivel encontra-lo nas bancas?
Pelo que entendi gerou alguma polémica e como o meu trabalho é o descodificar de comportamentos e analisar a razão humana, gostaria de ler. Julgo ter percebido que alguém faleceu e os pais se senm culpados... é sempre um mistério da alma e um caso de analise de sentimentos.Pêsames aos pais, apesar de ter passado muito tempo.

Lucas