2 de dezembro de 2021

Opinião – “Resident Evil – Raccoon City” de Johannes Roberts


 

Sinopse

Voltando às origens da popular história “Resident Evil”, o fã e cineasta Johannes Roberts dá vida aos jogos para toda uma nova geração de fãs. Em “Resident Evil: Raccoon City”, que já foi a casa em expansão da gigante farmacêutica Umbrella Corporation, Raccoon City é agora uma cidade agonizante do médio oeste. O êxodo da empresa deixou a cidade num deserto... com um grande mal fermentando debaixo da superfície. Quando esse mal é desencadeado, um grupo de sobreviventes devem trabalhar juntos para descobrir a verdade por trás da Umbrella e sobreviver durante a noite.

Opinião por Artur Neves

A saga “Resident Evil” começou em 2002 como sendo a luta de Alice (Milla Jovovich), uma ex-especialista em segurança recrutada pelo governo para lutar contra a farmacêutica Umbrella Corporation que desenvolvia armas biológicas que provocavam um apocalipse zumbi. Com este formato e passando por sucessivas sequelas a saga durou entre 2002 e 2016, sendo o último dos seis filmes produzidos nomeado como; “O Capítulo Final”, mas como é sabido, em cinema o final nem sempre é o fim, e cá temos o reinício em 2021 com este “Raccoon City”, que adapta as histórias dos dois primeiros jogos de computador desenvolvidos pela Capcom Co. Ltd que comprou os direitos da história original, para a apresentar em forma de jogo de vídeo. Inicialmente para a plataforma Nintendo Game Cube em 2002 e o segundo jogo em 2019 para a Play Station e XBox, com relevantes melhoramentos da qualidade da imagem e da fluidez da ação apresentada no jogo. Esta adaptação aos jogos de computador começou logo em 2017, após a apresentação de “O Capítulo Final” e agora é o cinema que se serve do argumento do jogo para nos servir este filme… mais palavras para quê?...

Um aspeto que não pode ser esquecido porém, é que todo este material arrecadou mais de mil e duzentos milhões de dólares durante este tempo, tendo sido classificado como o vencedor dos filmes de terror e de zombies em termos de lucros e o record de mais adaptações para filme de um jogo de computador. É obra… todavia como cinema é mais um exemplar recordado pelo seu lucro e não pela sua qualidade, não esquecendo que tem os seus fãs e o seu público dedicado que com certeza vai cumprir o ritual de assistência e deliciar-se com os efeitos especiais e os monstros criados ao longo da história, pois os personagens serão incrivelmente familiares e bem conhecidos dos jogadores de “Resident Evil” e toda a ambiência da história, bem como o seu argumento linear, de fuga e perseguição, com uma narrativa de ação constante e prolongada não dececionará o seu público fiel, embora não provoque a adrenalina que os jogadores frequentes procuram numa sessão de jogo.

Johannes Roberts não é um novato nestas coisas e procura caraterizar a atmosfera do argumento com uma cidade praticamente deserta, chovendo copiosamente na noite em que Claire Redfield (Kaya Scodelario) resolve voltar á cidade onde já viveu na infância em busca do seu irmão Chris Redfield (Robbie Amell) que ficou na casa de acolhimento quando ela fugiu. Ela volta de boleia num camião cisterna, cujo motorista atinge mortalmente uma garota que aparece subitamente na estrada. O motorista quer abandonar o local mas Claire discute com ele forçando-o a parar para dar assistência à sinistrada que se encontra deitada no chão. Enquanto eles discutem a rapariga levanta-se e foge para a floresta iniciando o sentimento de que algo está muito errado em Raccoon City, depois do abandono da cidade pela corrupta Umbrella Corporation que deixou a cidade a morrer com as suas experiências impróprias. O cão do motorista lambe o sangue que encontra no chão e em poucos minutos fica um zombie furioso que morde o dono transmitindo-lhe o mesmo efeito e provocando nos espectadores fiéis a situação de conforto ao recordarem os cães zombie como sendo as “coisas” mais aterrorizantes utilizadas nos jogos. Estou a ouvi-los pensar nas suas cadeiras: “…aí estão os cães!…”

A familiaridade que os personagens inspiram nos jogadores e nos fãs dos filmes hão de contrastar com um Chief Irons (Donal Logue) chefe da esquadra de Raccoon, que masca desesperadamente um pastilha e se apresenta como um chefe de paródia de polícias descontraídos e sem farda, desinteressados da reunião, ou uma Claire muito mais parada do que nos lembramos de Alice (Milla Jovovich) para quem era tudo ação e competição. Tudo se passa entre os heróis contra os zombies para um final previsível desde muito cedo sendo possível adivinhar o caminho do argumento e com quem será travada a sequência final daquela fuga em perseguição dos zombies. Todavia, não acaba aqui, pois após os créditos principais do filme ainda temos um epílogo que nos informa que o filão ainda não secou e teremos continuação no futuro.

Tem estreia prevista em sala para 09 de dezembro.

Classificação: 4 numa escala de 10

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