Sinopse
Voltando às origens da
popular história “Resident Evil”, o fã e cineasta Johannes Roberts dá vida aos
jogos para toda uma nova geração de fãs. Em “Resident Evil: Raccoon City”, que
já foi a casa em expansão da gigante farmacêutica Umbrella Corporation, Raccoon
City é agora uma cidade agonizante do médio oeste. O êxodo da empresa deixou a
cidade num deserto... com um grande mal fermentando debaixo da superfície.
Quando esse mal é desencadeado, um grupo de sobreviventes devem trabalhar
juntos para descobrir a verdade por trás da Umbrella e sobreviver durante a
noite.
Opinião
por Artur Neves
A saga “Resident Evil”
começou em 2002 como sendo a luta de Alice (Milla Jovovich), uma ex-especialista
em segurança recrutada pelo governo para lutar contra a farmacêutica Umbrella
Corporation que desenvolvia armas biológicas que provocavam um apocalipse
zumbi. Com este formato e passando por sucessivas sequelas a saga durou entre
2002 e 2016, sendo o último dos seis filmes produzidos nomeado como; “O
Capítulo Final”, mas como é sabido, em cinema o final nem sempre é o fim, e cá
temos o reinício em 2021 com este “Raccoon City”, que adapta as histórias dos
dois primeiros jogos de computador desenvolvidos pela Capcom Co. Ltd que
comprou os direitos da história original, para a apresentar em forma de jogo de
vídeo. Inicialmente para a plataforma Nintendo Game Cube em 2002 e o segundo
jogo em 2019 para a Play Station e XBox, com relevantes melhoramentos da qualidade
da imagem e da fluidez da ação apresentada no jogo. Esta adaptação aos jogos de
computador começou logo em 2017, após a apresentação de “O Capítulo Final” e
agora é o cinema que se serve do argumento do jogo para nos servir este filme…
mais palavras para quê?...
Um aspeto que não pode ser
esquecido porém, é que todo este material arrecadou mais de mil e duzentos
milhões de dólares durante este tempo, tendo sido classificado como o vencedor dos
filmes de terror e de zombies em termos de lucros e o record de mais adaptações
para filme de um jogo de computador. É obra… todavia como cinema é mais um
exemplar recordado pelo seu lucro e não pela sua qualidade, não esquecendo que
tem os seus fãs e o seu público dedicado que com certeza vai cumprir o ritual
de assistência e deliciar-se com os efeitos especiais e os monstros criados ao
longo da história, pois os personagens serão incrivelmente familiares e bem
conhecidos dos jogadores de “Resident Evil” e toda a ambiência da história, bem
como o seu argumento linear, de fuga e perseguição, com uma narrativa de ação
constante e prolongada não dececionará o seu público fiel, embora não provoque
a adrenalina que os jogadores frequentes procuram numa sessão de jogo.
Johannes Roberts não é um
novato nestas coisas e procura caraterizar a atmosfera do argumento com uma
cidade praticamente deserta, chovendo copiosamente na noite em que Claire
Redfield (Kaya Scodelario) resolve voltar á cidade onde já viveu na infância em
busca do seu irmão Chris Redfield (Robbie Amell) que ficou na casa de
acolhimento quando ela fugiu. Ela volta de boleia num camião cisterna, cujo
motorista atinge mortalmente uma garota que aparece subitamente na estrada. O motorista
quer abandonar o local mas Claire discute com ele forçando-o a parar para dar assistência
à sinistrada que se encontra deitada no chão. Enquanto eles discutem a rapariga
levanta-se e foge para a floresta iniciando o sentimento de que algo está muito
errado em Raccoon City, depois do abandono da cidade pela corrupta Umbrella
Corporation que deixou a cidade a morrer com as suas experiências impróprias. O
cão do motorista lambe o sangue que encontra no chão e em poucos minutos fica
um zombie furioso que morde o dono transmitindo-lhe o mesmo efeito e provocando
nos espectadores fiéis a situação de conforto ao recordarem os cães zombie como
sendo as “coisas” mais aterrorizantes utilizadas nos jogos. Estou a ouvi-los
pensar nas suas cadeiras: “…aí estão os cães!…”
A familiaridade que os
personagens inspiram nos jogadores e nos fãs dos filmes hão de contrastar com
um Chief Irons (Donal Logue) chefe da esquadra de Raccoon, que masca desesperadamente
um pastilha e se apresenta como um chefe de paródia de polícias descontraídos e
sem farda, desinteressados da reunião, ou uma Claire muito mais parada do que
nos lembramos de Alice (Milla Jovovich) para quem era tudo ação e competição. Tudo
se passa entre os heróis contra os zombies para um final previsível desde muito
cedo sendo possível adivinhar o caminho do argumento e com quem será travada a sequência
final daquela fuga em perseguição dos zombies. Todavia, não acaba aqui, pois
após os créditos principais do filme ainda temos um epílogo que nos informa que
o filão ainda não secou e teremos continuação no futuro.
Tem estreia prevista em sala
para 09 de dezembro.
Classificação: 4 numa escala
de 10
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