Sinopse
Como acontece todos os
verões, o bilionário Tranchant e a sua esposa Eliane recebem o mundo glamuroso
das celebridades na sua luxuosa mansão no sul de França. Quando os crimes de
sabotagem a um dos seus carros juntamente com cartas ameaçadoras causam o
desassossego na festa, Tranchant não descansa enquanto não contratar o melhor
agente para a investigação. No meio deste verão quente, apenas Boullin, o
arrogante e incompetente inspetor da polícia está disponível… Para apanhar o
suspeito e resolver o mistério, o inspetor não terá escolha a não ser fazer
passar-se por um empregado recém-contratado e transformar as férias de todos
num jogo hilariante de ‘Cluedo’!
Opinião
por Artur Neves
Eis aqui o verdadeiro filme
da silly season, se é que se possa
chamar assim aos tempos que atravessamos, porque embora o calendário e o bom
tempo o indiquem, as notícias reportam tempos sombrios que este filme pretende
distender com uma paródia bem urdida no seio de uma família da classe alta
francesa da década de 70 que se destacava por gozar férias acompanhadas da
socialite da época em locais aprazíveis, junto ao mar ou em casas que
satisfariam os desejos de comodidade e fausto de qualquer mortal.
É pois numa dessas casas que
o le baron Claude Tranchant (Benoit
Poelvoord) e sua esposa Baronesa Élaine Tranchant (Virginie Hocq) passam férias
em ilustre companhia mas ficam chocados e temerosos quando um amigo próximo, convidado
pelo casal, sofre um acidente de automóvel que se vem a revelar como uma
tentativa de assassínio por sabotagem do circuito de travagem. Sem saber a quem
atribuir a realização desta armadilha resolvem contactar o seu amigo e primeiro
ministro de França, Jacques Chirac (nada menos do que isso) para os ajudar a
descobrir o autor de tal proeza. Este, solicita os bons ofícios da polícia de
investigação através e um telefonema ao diretor geral da PJ, Maurice Lefranc (Gérard
Depardieu) que entrega o caso ao único detetive em serviço naquele mês; Jean
Boullin (Christian Clavier) que se notabilizou pelas mais desastradas e
incompetentes intervenções em casos anteriores, estando assim criadas as
condições necessárias para uma comédia francesa com todos os condimentos de
descontração e situações hilariantes que nos fazem passar 90 minutos agradáveis.
Com esta história e com
estes personagens está evidente as confusões que se levantam considerando que
Boullin é completamente incapaz de estruturar um plano, uma estratégia que
possa levar coerentemente à descoberta do potencial criminoso. Adicionalmente,
tal como nas histórias de crime tradicionais existem múltiplas e inconfessáveis
relações entre alguns personagens que complicam ainda mais o raciocínio escasso
de Boullin que segue de gafe em gafe, cada uma pior do que a anterior e muito
embora o filme se sirva de alguns gags
já estafadamente conhecidos o desenrolar da história faz-nos rir, pela
surpresa, pelos inusitados acontecimentos que nos são relatados por personagens
bem conseguidos. Não é inédito, corresponde à tradição de verão a que o cinema
francês já nos habituou, mas é uma lufada de ar fresco, pela qual nos apetece
ser bafejados. Recomendo como filme de verão.
Tem estreia prevista em
sala, dia 26 de Agosto
Classificação: 6 numa escala
de 10
Sem comentários:
Enviar um comentário