25 de julho de 2018

Opinião – “Homem Formiga e A Vespa” de Peyton Reed


Sinopse

Do Universo Cinematográfico Marvel chega “Homem-Formiga e A Vespa”, um novo capítulo dos heróis com a incrível capacidade de encolher. Depois de "Capitão América: Guerra Civil", Scott Lang tem de lidar com as consequências das suas escolhas como super-herói e pai. Enquanto luta para equilibrar a vida pessoal e as suas responsabilidades como Homem-Formiga, é confrontado por Hope van Dyne e Dr. Hank Pym com uma nova missão. Scott terá uma vez mais de vestir o fato de Homem-Formiga e aprender a lutar ao lado de A Vespa, enquanto a equipa trabalha em conjunto para descobrir segredos do passado.

Opinião por Artur Neves

Corria o ano de 1968 quando Stanley Kubrick nos apresenta o espetacular filme de ficção científica “2001 – Odisseia no Espaço” fazendo a ligação do passado ao futuro da humanidade tomando como base a premonitória aterragem do homem na lua em 1969, através de um filme que se tornou mágico, escrito por Arthur C. Clarke, com efeitos especiais caleidoscópicos de evolução colorida, concebidos por Stanley Kubrick e Douglas Trumbull que interpretava o salto da humanidade no desconhecido, que ainda hoje continua como tal, considerando que continuamos com a dúvida universal sobre “de onde vimos e para onde vamos”.
Cinquenta anos depois em 2018 aparece este “Homem Formiga e A Vespa”, cavalgando a onda da novidade científica da época; os paradoxos quânticos, postulados inicialmente por Schrödinger e Heisenberg sobre a luz, a matéria e a sua constituição corpuscular, que nos são mostrados com riquíssimos caleidoscópios coloridos, muitos mais vistosos e conseguidos do que os apresentados em “2001 – Odisseia no Espaço”, mas… e há sempre um mas… desprovidos da mística transmitida anteriormente porque se resumem a uma mera demonstração de parafernália tecnológica usada e abusada atualmente como mais-valia de representação de efeitos especiais, sem todavia, nos fazerem pensar na verdadeira ciência que evocam, como em 2001 no salto para o desconhecido.
Declaro todavia que a história até é interessante, o filme está bem construído, sendo a sua caraterística principal os múltiplos efeitos especiais de aumento e redução de objetos e de pessoas, mais rápidos do que um estalar de dedos e aquela ideia peregrina de transformar quando convém, um edifício de dezenas de andares (o laboratório quântico) num trolley de viagem que se leva para onde se quer e se expande e encolhe de acordo com as necessidades do argumento, ou as formigas voadoras que servem de locomoção a alguns humanos na forma encolhida, ou ainda da Vespa que mais não é do que a rainha do transformismo… está tudo bem caro leitor, necessitando apenas entrar no “esquema”, aceitar continuamente a ausência de espessura dos personagens e deliciar-se com a visão das suas evoluções em ambiente de thriller e de aventura, claro está, para nos divertir enquanto dura e depois esquecer rapidamente, porque ficar com a mais leve ideia de quantum através deste filme constitui uma completa negação da física.
A Marvel traz-nos assim mais uma animação com pessoas, do seu universo fantástico de super-heróis e super-vilões a representarem para planos croma, que a arte de computação cinematográfica preenche com movimento, perseguições de carros espantosas, estica e encolhe de tudo, que só por si justifica a classificação atribuída. É diversão pura, portanto divirta-se.

Classificação: 5 numa escala de 10

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