Sinopse
Do realizador de “Evereste” e protagonizado por Shailene Woodley (A Culpa é
das Estrelas, saga Divergente) e por Sam Claflin (Viver depois de Ti, saga
Jogos da Fome),”À DERIVA”é baseado na inspiradora história verídica de
dois espíritos livres cujo encontro fortuito os leva ao amor e, mais tarde, à
aventura de uma vida.
Quando Tami Oldham (Woodley) e Richard Sharp (Claflin), dois ávidos
velejadores, se aventuram numa viagem pelo oceano fora, não se apercebem que
estão a dirigir-se para um dos mais catastróficos furacões alguma vez
registados. Após a tempestade, Tami acorda encontrando Richard gravemente
ferido e o seu barco destruído. Sem esperança num possível resgate, Tami terá
de encontrar a força e determinação para se salvar a si e ao único homem que
alguma vez amou.
Opinião
por Artur Neves
Este filme revela de forma dramatizada
os eventos efetivamente ocorridos no oceano Índico a um casal de velejadores
apanhados pelo furacão Raymond que inesperadamente muda de direção e destrói a
embarcação que os transporta, fere gravemente o homem que não resiste aos
ferimentos e mostra a tenacidade do espírito humano contra os elementos quando
a raiva e a solidão deixadas pela perda do ser amado é mais forte do que a insuficiência
causada pelas nossas próprias feridas, fome, sede e carências imprescindíveis à
sobrevivência.
Para esta história essencialmente
simples, o realizador Islandês, Baltasar Kormákur apresenta-nos os factos de
maneira inteligente e motivadora, começando o relato fílmico nos destroços do
barco após o efeito do furacão, contando-nos em flashback as razões e o modo como se chegou aquela situação.
A história destes dois
espíritos livres, do seu encontro em Taiti, da formação da sua ligação amorosa,
das suas motivações e das razões que os levaram a empreender aquela viagem
formam uma linha de eventos que se vai cruzar com o relato do naufrágio e das vicissitudes
subsequentes, formando a partir daqui uma só descrição dos 44 dias em que
andaram “Á Deriva” em mar aberto, ao fim dos quais, só ela chega a terra nas
costas da Califórnia.
Com este expediente, Baltasar
Kormákur que conta no curriculum com filmes de sucesso como “Evereste” de 2015
e “Dois Tiros” de 2013 mantem-nos despertos e atentos ao desenrolar dos
acontecimentos, complementado por um bom lote de efeitos especiais de
caracterização que com grande rigor e profissionalismo simulam a degradação dos
corpos curtidos pelo sol, pela fraqueza física e pelo agreste ambiente marítimo.
“De caminho” o filme também
aborda a motivação dos espíritos livres, pessoas que vivem á sua maneira, sem
peias nem ligações sociais tal como as conhecemos, justificando embora sem
muita profundidade as razões da sua rutura com os cânones sociais. Estamos pois
em presença de um filme interessante, fundamentalmente desempenhado por apenas
dois personagens, interagindo constantemente mas que não nos satura, apesar de
ser somente o relato de um desastre marítimo. Tami Oldman (a verdadeira) depois
de recuperada e até aos dias de hoje ainda continua a velejar pelos mares deste
mundo para se sentir mais próxima do amor da sua vida.
Classificação: 6,5 numa
escala de 10
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