Sinopse
Srinivasa Ramanujan (Dev
Patel) é um génio autodidacta de 25 anos de idade, que não conseguiu entrar na
universidade devido ao seu estudo quase obsessivo e solitário da matemática. Determinado
a prosseguir a sua paixão, Ramanujam escreve uma carta a um eminente professor
do Trinity College em Cambridge. O professor Hardy (Jeremy Irons), que
reconhece a originalidade e o génio do talento puro de Ramanujam e, apesar do
ceticismo dos seus colegas, empenha-se em trazê-lo para Cambridge para que as
suas teorias possam ser exploradas.
Ramanujam deixa a família
e a sua jovem noiva e cruza o mundo até Inglaterra para, sob a orientação de
Hardy, trabalharem nas suas teorias. Juntos, vão lutar para que o seu trabalho
seja finalmente visto e reconhecido por um meio matemático que não está
preparado para os seus métodos não convencionais.
O Homem que Viu o
Infinito é a improvável história verídica de um génio único, cujas inovadoras
teorias o levaram a sair da obscuridade, num mundo em plena guerra e da sua
luta incansável para mostrar ao mundo a genialidade da sua mente.
Opinião por Artur Neves
“A Matemática vista correctamente não
possui apenas verdade, mas também suprema beleza, uma beleza fria e austera
como a escultura”. É com esta frase de Bertrand Russell (contemporâneo
de Ramanujam no Trinity College) que o filme começa e que eu recordo no início
desta crónica como sendo o ex-libris que
melhor define esta história que nos conta a vida breve, mas profícua, de Srinivasa
Ramanujan, iminente matemático do início do século XX que morreu de tuberculose
aos 32 anos, no seu regresso à India.
Normalmente
confunde-se o cálculo com a matemática e são coisas absolutamente diferentes. A
matemática pretende interpretar e definir genericamente os fenómenos naturais,
que quando particularizados numa determinada área e quantificado em
determinadas variáveis, a sua resolução é passível de ser determinada através
do cálculo que conduz a um resultado. Para a matemática não existem resultados,
apenas e somente expressões de raciocínio puro sobre os fenómenos em análise.
A matemática
é a ciência do pensamento e a mais universal das linguagens, considerando o exemplo
mostrado nesta história da profunda comunhão de ideias e de conceitos entre
Godfrey Harold Hardy, professor jubilado do Trinity College de Cambridge e
Ramanujan, um ser de extraordinária inteligência, sem formação académica convencional
no sentido tradicional do termo, que interpretava numericamente os padrões e os
ritmos naturais do mundo que nos cerca, como sendo uma revelação da deusa
Namagiri, que segundo ele, sempre regeu a sua existência.
É pois
nesta área que se desenvolve esta história, bem conduzida por Matthew Brown cuja
arte elogio, por conseguir realizar um filme interessante e emotivo, sobre a
relação entre dois matemáticos oriundos de mundos muito diferentes, sem
qualquer conhecimento mútuo nem semelhança cultural, mas unidos pela mesma
filosofia dos números que conduz ambos a uma irmandade intelectual que faz
desta história um espectáculo a ver.
A acção
decorre maioritariamente em Inglaterra, na universidade de Cambridge, mostrando
todos os pruridos raciais e chauvinismos nacionalistas que conduziram na actualidade
este país ao Brexit, no colégio de cientistas da universidade, que se recuavam
a aceitar o iminente estudioso, baseados na cor da sua pele e na sua religião, independentemente
da sua capacidade intelectual.
Classificação:
6 numa escala de 10
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