Sinpose:
«E, num acaso da noite, vindo eu do hospital, do barulho dos rádios nas enfermarias junto ao
quarto – os homens a acompanharem as esposas na visita semanal aos doentes mas mais
interessados no futebol – da Susana continuamente parada, o cilindro azul e o barulho
repetido da sua respiração, vindo eu da vida que me escolheram sem uma palavra
– Francisco, importa-se de ficar viúvo? Dava jeito.
sem uma possibilidade de aceitação, sequer, vindo eu, o velho Fidélio perguntou está melhor.
Ainda nestes dias não tinha chorado, já se contam quatro. A minha mulher vai morrer, assim
se desligue a máquina que a respira. O meu filho vai ficar órfão, o meu outro filho sequer vai
nascer, o mais certo. E eu sóbrio e inflexível, a não querer entender. Mas a pergunta do velho
Fidélio foi a mais forte dor no coração – a Susana dizia sempre boa noite, Sr. Fidélio, e as
pombas, bem?, sacudindo o resto das migalhas para os pardais no andar de cima. Abracei-o.
Fraquejaram-me as pernas. Chorei por quatro dias, Susana – quem vai agora perguntar pelas
pombas ao velho Fidélio?»
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