8 de junho de 2016

Opinião – “Warcraft – O 1º Encontro de dois Mundos” de Duncan Jones


Sinopse
O pacífico reino de Azeroth está à beira da guerra quando a sua civilização enfrenta uma temível raça de invasores: Orcs guerreiros que abandonam o seu lar em ruina para colonizarem outros. Quando um portal se abre para ligar os dois mundos, um exército enfrenta a destruição e outro a extinção. De lados opostos, dois heróis são colocados num caminho de colisão que irá decidir o destino das suas famílias, dos seus povos e das suas casas.

Assim começa uma espectacular saga de poder e sacrifício onde a guerra tem muitas caras e todos lutam por algo.
Opinião por Artur Neves
Prepare-se caro leitor… este é só o “1º encontro” o que significa que vêm aí o 2º, o 3º e and so on até que o êxito de bilheteira o justifique. Esta saga que se anuncia é baseada num jogo electrónico do mesmo nome e começou a ser pensado em 2006 como uma história de fantasia épica que após várias vicissitudes aparece à luz do dia 10 anos depois.
Tal como no jogo os heróis são o orc Durotan e o humano Lothar que unem os seus esforços para o benefício comum de lutar contra o terrível bruxo orc; Gul’dan, líder sinistro do Concílio das Sombras e detentor da magia poderosa; “Fel”, com a qual ele pretende satisfazer a sua ambição de governar o mundo e as Hordas de orcs que o passarão a habitar depois da conquista.
Dito assim tudo parece fácil e na forma de jogo, cada um pode influenciar o predomínio de cada uma das facções ao belo prazer da vontade, do tempo disponível, ou dos seus princípios. Em filme a história segue o guião que a norteou defendendo a coragem, a honra, a verdade, a fidelidade e todos os cânones civilizacionais característicos da cultura ocidental, tal como Shakespiare os defendeu em dramas épicos no século XV embora com meios técnicos muito diferentes.
Deste ponto de vista, “Warcraft” não é diferente de “Game of Thrones” ou das histórias de J.R.R.Tolkien em “The Lord of Rings” e do realismo fantástico a que já nos habituamos como refúgio para concretização dos princípios de respeito recíproco, confiança e honra nas relações entre as pessoas e tão perdidos no mundo real, onde estes “heróis” aparecem na versão IMAX-3D, tão detalhados e definidos, numa visão tão imersiva da acção, que dei comigo a pensar que a boca que arranjaram para Durotan não lhe permitiria comer pistáchio pela dificuldade em separar a casca do fruto. Com as mãos que lhe deram também não iria lá… coitado do Durotan…
Na sua luta rebelde contra Gul’dan, Durotan separa-se da mulher e do filho acabado de nascer, recomendando-lhe a fuga para tentar preservá-los de um destino fatal. Ela obedece-lhe mas sendo perseguida sacrifica-se na luta contra os algozes, abandonando o recém-nascido numa frágil concha?... alcofa?... berço… rio abaixo, como qual Moisés abandonado no Nilo. Verdade?... não há uma ideia nova?... o argumentista pensa que é necessário regressar à história bíblica para que o público alvo entenda a mensagem?... ora bolas meus senhores.
Bom, salva-se o IMAX-3D, o filme é verdadeiramente fabuloso nesta dimensão, a história é mais uma versão robusta da luta do bem contra o mal com o previsível final. A mensagem social é edificante, os meios técnicos são grandiosos e ampliados pelo formato do filme, portanto caro leitor se aprecia diversão pura com emoção à mistura, vá ver este filme e saiba que a minha classificação é toda dedicada aos efeitos visuais da “Industrial Light & Magic“ e às tecnologias de projecção associadas.
Classificação: 8 numa escala de 10

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