Sinopse
Passado durante a Guerra Civil
Americana, “Estado Livre de Jones” conta a história de Newt Knight (Matthew
McConaughey), um agricultor sulista, e a sua extraordinária rebelião armada
contra a Confedração.
Unindo esforços com outros
pequenos agricultores e escravos locais, Knight despoletou uma revolta que
levou a que o Condado Jones no Mississippi se tornasse independente dos
restantes Estados Confederados, criando assim o Estado Livre de Jones.
Com argumento e realização
de Gary Ross, nomeado já para 4 Óscares, “Estado Livre de Jones” conta ainda
com Gugu Mbatha-Raw, Keri Russell e Mahershala Ali nos principais papéis.
Opinião
por Artur Neves
Esta história corresponde a
um facto histórico pouco divulgado e praticamente desconhecido da maioria das
pessoas, talvez até intencionalmente na medida em aponta as bases da formação e
método operacional do “Klan” (KKK), formado em 1865, como executor das correntes
reaccionárias e extremistas da supremacia branca e anti emigração, nunca extintos
nos estados Americanos do sul, cuja economia se baseava no poder esclavagista
perpetrado pelos grandes fazendeiros nas suas plantações de algodão.
É pois no ambiente da Guerra
Secessão que um homem do povo, sem qualquer formação especial, recrutado para o
exército Confederado para a função de maqueiro se vê lentamente conduzido pelos
factos daquela guerra fratricida, para o papel de líder revolucionário de um
grupo de fazendeiros pobres e escravos que no limite da sua luta, declaram a independência
em relação a todo o estado Americano em formação, do condado onde vivem e
lutam; o Condado de Jones.
É assim uma história de sangue,
dor e sofrimento, bem ao nível do filme; “12 Anos Escravo” de 2013, que Gary
Ross, escritor e autor do argumento se lança nesta empreitada de nos contar, ao
ritmo do passar do tempo e dos eventos marcantes que ocorreram durante esta
guerra no estado do Mississippi, esta história de coragem de um punhado de
homens. A reconstituição dos lugares está muito bem conseguida desde as primeiras
imagens num campo de batalha, o hospital de campanha, a precária organização do
exército e das instalações dos Confederados que deixava antever o desfecho que
veio a verificar-se.
Com 136 minutos de duração o
filme é talvez um pouco longo, todavia essa extensão é justificada pelos cinco
anos de duração da guerra, documentada com fotografias da ápoca, e com referências
datadas aos eventos a que alude. É uma história da História dos USA que
pretende o nosso entendimento através da sua divulgação com os pormenores
marcantes que na época a justificaram. Apresenta-se com boa imagem em todas as
cenas, mesmo em interiores com luz de velas ou na escuridão dos pântanos da Louisiana
que servem de abrigo e de quartel-general aos revoltosos. Um filme escorreito,
bem contado que vale a pena ver.
Classificação: 6,5 numa
escala de 10
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