7 de junho de 2016

Opinião – “The Conjuring 2 – A Evocação” de James Wan


Sinopse

Sete anos após os eventos de “The Conjuring” (2013), Lorraine (Vera Farmiga) e Ed Warren (Patrick Wilson) desembarcam na Inglaterra para ajudar uma família atormentada por uma manifestação poltergeist na filha.

A trama é baseada no caso Enfield Poltergeist, registado nos arquivos de Ed e Lorraine Warren, no final da década de 1970.

Opinião por Artur Neves

Edward (Ed) e Lorraine Warren, ele já falecido, ela ainda viva, foram um casal de investigadores de actividades paranormais em todo o mundo, tendo recolhido e registado um significativo conjunto de dados durantes as suas investigações que têm servido por diversas vezes como inspiração para filmes deste género. A sua investigação mais nomeada foi o envolvimento em 1976 no caso “Amityville Horror”, que serviu de base para um romance em 1977 e para dois filmes em 1979 e 2005, bem como, para introdução da presente história contada por James Wan.
O argumento deste filme toma como fundamento o outro caso mais conhecido investigado pelo casal Warren, profusamente documentado e com grande divulgação mediática à época, embora tenha sido considerado um embuste. James Wan procurou reproduzir a história o mais fielmente possível, tal como tentam demonstrar as últimas imagens do filme onde são colocados lado a lado, fotografias da época e os fotogramas das cenas que as reproduzem.
Patrick Wilson e Vera Farmiga, desempenhando um casal Warren muito mais apelativo do que o original, são chamados para este caso depois de nos ter sido dado a conhecer todos os contornos da sua evolução, após a descrição dos acontecimentos paranormais no seio da família de Enfield. Aqui reside a principal diferença entre este e os outros filmes do género pois a história é-nos contada ao ritmo dos acontecimentos e das diferentes tentativas levadas a cabo para os resolver antes da chegada dos médiuns que procuram ajudar uma mãe solteira de baixa classe social e os seus quatro filhos, a singrar por entre a turbulência em que se tornou a sua casa e os seus parcos haveres.
Os efeitos especiais, de caracterização e outros, são utilizados com conta peso e medida para induzirem os medos intrínsecos do espectador que é levado a colocar-se na pele dos personagens, uma vez com tensão e arrepios, outra vez com dúvidas, que o filme não esconde para ser fiel aos factos que reproduz. A principio nenhuma entidade maligna é detectada e somente actividade paranormal é registada nos diferentes meios técnicos de análise ao dispor.
Porém, este Mal não é primário e revela-se posteriormente numa cena ao nível do que de melhor nos mostrou “O Exorcista”, essa referência do terror paranormal ao qual este filme corre o risco de se equiparar, fazendo a ponte com o que nos foi mostrado no início, em Amityville. Filme com boa estrutura, consistente na acção, sem exageros de exibicionismo técnico bacoco, bem contado, que recomendo a todos os espectadores que se sintam capazes de vibrar e de se emocionar, sem nunca esquecer que o objectivo principal do espectáculo é a diversão.
Classificação: 7,5 numa escala de 10

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