12 de maio de 2016

Opinião – “Má Vizinhança 2” de Nicholas Stoller


Sinopse

Seth Rogen, Zac Efron e Rose Byrne estão de volta na continuação da comédia mais popular de 2014, que conta ainda com a participação de Chloë Grace Moretz. Nicholas Stoller volta a realizar um filme onde a determinação parental luta contra os laços da irmandade.
Agora que Mac (Seth Rogen) e Kelly Radner (Rose Byrne) têm um segundo filho a caminho, estão prontos para dar o último passo para a vida de adultos: os subúrbios. Mas quando achavam que tinham reclamado o bairro e estavam a salvo para vender a casa, descobrem que os novos vizinhos são uma irmandade ainda mais descontrolada do que a de Teddy (Zack Efron) alguma vez sonhou ser.
Cansadas do sistema sexista e restritivo da escola, as inortodoxas meninas da Kappa Nu decidem construir uma casa onde possam fazer tudo o que lhes dá na cabeça. Quando Shelby (Chloë Graça Moretz) e as suas irmãs, Beth (Kiersey Clemons) e Nora (Beanie Feldsteisn), descobrem o lugar perfeito fora do campus, não se deixam intimidar pela tranquilidade da rua, nem deixam que isso seja um obstáculo às festas tão épicas como as dos rapazes.

Mac e Kelly, juntamente com os melhores amigos Jimmy (Ike Barinholtz) e Paula (Carla Galo), obrigados a recorrer ao único ex-vizinho com capacidade para mandar abaixo a nova irmandade, trazem o carismático Teddy, como uma arma secreta. Se ele conseguir infiltrar-se na irmandade, os trintões vão conseguir fechar a casa das Kappa. Mas se eles pensam que as vizinhas vão abaixo sem dar luta, é porque subestimam o poder da ingenuidade e loucura destas jovens.

Opinião por Artur Neves

Como se já não tivesse sido suficiente a primeira versão de “Má Vizinhança” eis que nos surge a sua continuação com idênticos ingredientes de loucura gratuita, situações inverosímeis e forçadas, e riso de gosto duvidoso, provocado por eventos que se pretendem caricatos, mas cuja improbabilidade de ocorrência os torna incoerentes e grotescos. Rir é um acto inteligente, mas no presente contexto a inteligência é totalmente descartada, sendo solicitado o riso pela contemplação das cenas criadas artificialmente para cumprir o argumento e a ideia fundamental que preside à história veiculada em ambos os filmes, que espero sinceramente se esgote aqui.
Todavia, desta forma truculenta, são também abordados temas fracturantes e actuais da nossa sociedade, tais como; a homossexualidade assumida, a liberdade sexual para as mulheres e o consumo de drogas ligeiras, que embora sejam apenas apresentados como elementos caracterizadores das facções constituídas e sirvam de identificação a personagens bem definidos na história, têm a virtude de lhes banalizar o estigma tradicionalmente associado, num espectáculo de massas e orientado para um público que normalmente não debate estes temas, limitando-se a seguir a corrente predominante no momento. Neste aspecto a história é inclusiva, permissiva até, e por outro lado, serve o propósito de contribuir para a hilaridade de quem se fica pela análise superficial destes temas, exclusivamente no contexto visual.
Deste modo a história desenvolve-se sem surpresas, com situações criadas à medida dos objectivos visuais a atingir, numa sequência de acção versus reacção, pretendendo que a segunda seja mais rebuscada do a que lhe deu origem, num crescendo até a reconciliação final que deve satisfazer a moral vigente, pois de desmandos está o filme cheio e é necessário que se acabe em equilíbrio com convém, para todos irmos descansados para casa.
Classificação: 3,5 numa escala de 10

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