Sinopse
Katherine
Powell (Helen Mirren), Coronel e oficial da inteligência militar com sede em
Londres, está a comandar remotamente uma operação ultra secreta com recurso a
drones para capturar um perigoso grupo de terroristas em Nairobi, no Quénia.
Mas a missão passa repentinamente de uma operação de "Captura" para
"A abater" quando Powell se apercebe que os terroristas estão prestes
a embarcar num atentado suicida.
Da sua
base no Nevada, Steve Watts (Aaron Paul), um piloto americano de drones, está
prestes a destruir o alvo quando uma menina de nove anos de idade entra na zona
de ataque. Com imprevistos danos colaterais a entrar agora na equação, a ordem
de ataque vai passando pela "hierarquia de poder" de políticos e advogados,
ao mesmo tempo que o tempo vai passando.
OPERAÇÃO
EYE IN THE SKY, realizado por Gavin Hood, é um thriller internacional atual que
retrata o mundo sombrio das guerras executadas por drones remotamente
controlados.
Opinião
por Artur Neves
Gavin Hood trouxe-nos em
2005 um drama social da sua terra, África do Sul, ele nasceu em Joanesburgo, muito
considerado pela crítica através de várias nomeações, o que mostra a sua apetência
por temas sérios sobre a natureza humana, os seus dilemas, os seus medos e a
sua tendência para os incorporar na nossa actividade diária condicionando a sua
realização.
Desta vez temos uma história
sobre a guerra moderna, a guerra que se trava a milhares de Quilómetros de distância
do teatro de operações, por meio de Drones e de câmaras de vigilância guiadas
por GPS que tudo vêm e tudo transmitem, ao alcance de um clique do rato para um
ou vários computadores ligados por esta teia de comunicação sem fios que
tecemos em torno da nossa vivencia nem sempre regular, mas que temos de aceitar
como um mal menor do esforço de manutenção de segurança que nos disponibilize para
todas as actividades do nosso quotidiano.
Só que a natureza humana não
é linear nos seus raciocínios nem nos silogismos utilizados para justificar a
razão dos seus actos e como tal, todas as conclusões resultantes dos seus
dilemas são condicionadas pelos pressupostos considerados inicialmente, contudo
também são passíveis de sofrer alteração desde que os primeiros não correspondam
exactamente à realidade presente que permita utilizar os modelos estabelecidos sem
reserva. Daqui resultam derivações sem fim, indutoras de responsabilidade, culpa,
remorso e sansões que pretendemos evitar com uma panóplia de recursos,
filosóficos, de justiça, expressamente criados para acautelar as más soluções
aprioristicamente estabelecidas para soluções tipificadas, mas que não
correspondem ao figurino quando as pretendemos aplicar.
É esta a história deste
filme, bem urdida no assunto actual do terrorismo internacional e bem
representada por personagens cientes do seu papel que se debatem em
considerações contraditórias por diferentes motivos, é certo, mas com o único
objectivo de tornar a sua intervenção o mais neutra possível quando a tomada de
decisão, embora de acordo com os pressupostos iniciais, apresente diferenças de
conteúdo que os comprometam directamente.
Daqui gera-se toda a angústia,
vacilação, burocracia e demonstração de fraqueza da cadeia de comando que constitui
o cerne da acção e nos envolve num ambiente de farsa e de tensão, antes de ser
disparado o primeiro tiro.
A primeira legenda do filme
é emblemática do assunto tratado; “Na guerra, a verdade é a primeira vítima” –
Ésquilo. Muito interessante, recomendo.
Classificação: 7 numa escala
de 10
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