1 de março de 2016

Opinião – “Assalto a Londres” de Babak Najaf


Sinopse


A história começa em Londres, onde o primeiro-ministro britânico faleceu em circunstâncias misteriosas. O seu funeral é um evento obrigatório para os líderes do mundo ocidental. No entanto, o que começa como o evento mais protegido da Terra transforma-se numa oportunidade para matar os líderes mais poderosos do mundo, devastar todos os principais marcos da capital britânica, e desencadear uma visão aterradora do futuro. Apenas três pessoas têm esperança de o travar: o presidente dos Estados Unidos, o formidável responsável do serviço secreto americano (Gerard Butler), e um agente Inglês MI-6 que simplesmente não confia em ninguém.

Opinião por Artur Neves
Em sequência ao “Assalto à Casa Branca”, de 2013, surge esta sequela que em termos de acção pretende ultrapassar o primeiro e podemos dizer que consegue no âmbito da espectacularidade das cenas que embora produzidas em computador, e ainda bem que o são, dão-nos uma visão do que poderia ser um ataque em larga escala a uma grande capital Europeia.
O motivo para o ataque é perfeitamente secundário e poderia ser outro qualquer tal como no primeiro filme. O que interessa ao espectador é a antecipação da defesa, os jogos de poder entre a equipa de seguranças e a sua maior ou menor confiança mútua, cujo expoente máximo é a agente do MI-6 exigente e segura em todas as situações.
O realizador; Babak Najaf, Iraniano de 40 anos, costuma acumular as funções de director com as de argumentista, tendo já realizado dois filmes anteriores sobre a vida e os costumes do Irão. Um deles; “Seebe”, não distribuído em Portugal, granjeou-lhe várias nomeações em festivais internacionais não tendo todavia obtido qualquer prémio. Esta é a sua primeira incursão em “filmes de largo espectro”, destinados a satisfazer um público que consome cinema pela espectacularidade dos efeitos especiais e intensidade da acção, e pelo menos por aí consegue o que se propôs.
Não é que já não tenhamos visto idêntico “grau de destruição” noutras produções, mas esta estimula a emoção pelos valores em jogo e pela precaridade com que as situações de colapso são resolvidas, no último momento, na última réstia de oportunidade e decorrente do estoicismo de um homem, neste caso o herói. Esta história não deixa dúvidas, tem heróis e vilões, uns estão de um lado e são contra os outros situados no outro lado, nesta luta eterna entre o “bem” e o “mal”, encenando um maniqueísmo simples e linear, sem subterfúgios nem surpresas.
Desde o primeiro momento que sabemos quem vai “ganhar” apesar dos múltiplos poderes não descriminados dos vilões que são apresentados ao espectador. É um filme que vale enquanto dura, que nos empolga no decorrer da acção, na minha opinião, mais do que no melhor jogo de computador, porque aqui basta-nos apreciar sem o ónus da pressão de combate que prende, vicia, submete e no limite, exige-nos a alma. No fim, damos um suspiro de alívio e voltamos para casa sem pensar mais no assunto e isso por vezes também não é mau.
É um filme espectáculo, movimentado, com bons efeitos, para ver sem compromisso, razoavelmente bem desempenhado para o género e que não produz qualquer peso de consciência.
Classificação: 5 numa escala de 10

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