«Céu geralmente muito nublado, com boas abertas e períodos de
chuva» é uma das formulações mais utilizada pelos meteorologistas
para descrever o tempo no arquipélago dos Açores. Na prática, a
expressão traduz-se em prepararmo-nos tanto para chuva como para
sol, no mesmo dia. Do mesmo modo, neste romance, o leitor pode e
deve preparar-se para as nuvens de São Miguel, os ares do Caramulo
e o clima do bairro lisboeta da Estefânia.
Sinpose:
Um homem volta à sua terra para cumprir uma missão que lhe foi
atribuída por um avô que morreu: a de recolher histórias recentes
dessa ilha, a de São Miguel, nos Açores. Esta é a narrativa de um
regresso aos lugares onde cresceu e um duplo diálogo: com o
antepassado que lhe deixou uma herança inesperada e com o
presente insular impuro, algures entre o sagrado e profano.
Um livro de histórias que se cruzam. As histórias do avô, internado na
estância do Caramulo durante os anos 40 do século passado, e as
personagens com as quais o protagonista se vai encontrando: um
navegador francês em apuros, um traficante de droga ressentido, um
stripper ruiva com anúncio no jornal, um homem que voltou para
vingar uma recusa antiga, um fã de Kafka que descobriu que o escritor
tinha o sonho de viver nos Açores, um casal chinês que procura a
integração num arquipélago estrangeiro, alguém que caminha de
madrugada com um terço na mão.
Céu Nublado com Boas Abertas é também a busca de uma identidade
pessoal num dos territórios mais perigosos e livres, onde não existe
distinção entre realidade e ficção: a literatura.
Sem comentários:
Enviar um comentário