1 de dezembro de 2015

Opinião – “Dear Wendy” de Thomas Vinterberg



Sinopse:
O jovem Dick (Jamie Bell), habitante da pequena cidade americana de Estherslope, fica fascinado por uma pequena arma de fogo descoberta por acaso num bazar. Ele compra a pistola, à qual dá o nome de Wendy, e convence outros companheiros a fundar um clube secreto baseado nos princípios do pacifismo e da posse de armas. Apesar da firme crença na mais importante regra do recém-formado clube - "nunca saque a sua pistola" -, os seus membros logo se deparam com uma situação em que as regras recém-criadas parecem existir somente para não serem cumpridas.

Opinião por Marta Nogueira
"Lee is cold as ice
Grant is hot as hell
I think they are both real nice
And I hope it all ends well"
 
Em Dear Wendy, nada é o que parece. Wendy não é uma mulher. O mau da fita, não é exactamente aquele que estávamos à espera. A velhota não é assim tão inocente. A cidade não é exactamente uma cidade como a julgávamos. E as crianças, para além de já não serem bem crianças mas ainda não exactamente adultas, também não são totalmente ... normais. Para além disto, existe um conceito louco - o pacifismo com armas.
Mas quando um grupo de jovens estranhos e renegados se junta, coisas extraordinárias podem acontecer, uma das quais é começarmos a olhar para simples revólveres e pistolas como se fossem verdadeiros objectos de arte, providos de uma personalidade muito própria e até de nomes. Um Dandy nunca deve exibir a sua arma, qualquer que seja a provocação. Elas serão usadas como apoio moral, podendo ser transportadas, mas nunca exibidas. E nunca se deverá acordar uma arma, ou ela seguirá a sua verdadeira natureza - matar. Com efeito, a palavra é tão proibida, que se utiliza uma outra em seu lugar e, portanto, se diz "amar" em vez de "matar". E "amar" nunca poderá acontecer.
E cada Dandy tem uma forma especial e muito própria de disparar, inventada ou encontrada por si. Cada Dandy é um só com a sua arma e nada faz sem com ela conferenciar primeiro. Cada Dandy é casado com a sua arma, numa cerimónia que segue todos os protocolos que a ocasião exige.
E se porventura algum dia um Dandy tiver que disparar com a sua arma contra outro homem, acordá-la-á primeiro antes de o fazer e chamá-la-á pelo seu nome.
E todos os Dandies caminham com mais confiança do que quando não eram Dandies. Porque sabem fazer, apesar de não o fazerem. Pois é precisamente isso que torna um Dandy mais forte e melhor que o seu adversário.
Mas ... como em todas as histórias, há sempre um mas ...
Dear Wendy é um filme mágico.

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