Sinopse:
Margherita (Margherita Buy) é uma diretora de cinema que está prestes a iniciar as filmagens de seu novo longa-metragem, que será protagonizado pelo galanteador astro internacional Barry Hughins (John Turturro). Paralelamente, ela precisa lidar com vários problemas em sua vida pessoal, como o fim de um relacionamento e a doença da mãe (Giulia Lazzarini), que está internada no hospital.
Opinião por Maria Ana Jordão:
Os planos audiovisuais captam, com potência e realismo a história emotiva de ‘Mia Madre’.
Com um ritmo calmo, na sua generalidade, o mais recente filme de Nani Moretti é bastante equilibrado.
Naquela que é a sua obra mais pessoal, Moretti dedica ‘Mia Madre’ à sua Mãe, que morreu em 2011 durante as filmagens de ‘Habemus Papa’. Com carácter auto-biográfico, 'Mia Madre', tanto pode ser um drama cómico como uma comédia dramática. O argumento, escrito, também pelo realizador, propõe uma reflexão sobre a fragilidade humana.
Personagens egocêntricas como Barry Hughins (John Turturro) ou neuróticas como Margherita (Margherita Buy) é o que o guião nos apresenta, juntamente, com um diálogo sensível, com um humor que nos põe a chorar de tanto rir, ou faz-nos parar de rir para chorar
Ninguém é indiferente a um evento como a doença de alguém de quem tanto gostamos. O envelhecimento da sua mãe afecta a vida pessoal e profissional de Margherita que começa a por em causa tudo o que sabe, chegando à conclusão que pouco ou nada sabe sobre a vida. Aos poucos Margherita, vai-se sentido cada vez mais perdida.
Independentemente da forma como interpretamos a morte, vivemos em conjunto ou separadamente processos que lhe são subjacentes, falamos da aceitação e/ou negação. A morte é universal, mas, a forma como a encaramos é pessoal. Como irá Margherita enfrentar esta realidade?
Quem segue o trabalho de Moretti, verifica que em ‘Mia Madre’ o realizador é fiel ao seu estilo, quem não o segue é, introduzido ao universo Morettiano, nesta obra.
'Mia Madre' vai surpreender pela positiva a seguidores e a não seguidores, interessados.
Contrariando a incerteza que o amanhã representa, mais tarde ou mais cedo, temos de lidar com a certeza de perder alguém que nos é próximo. Cabe-nos aproveitar ao máximo, a sua companhia!
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