12 de outubro de 2015

Opinião - Filme "PAN: Viagem à terra do nunca." de Joe Wright

Sinopse:
Do realizador Joe Wright ("Expiação", "Orgulho e Preconceito") chega-nos “PAN VIAGEM À TERRA DO NUNCA”, um filme de aventura, cuja história absolutamente original, revela-nos as origens dos adorados personagens criados por J.M. Barrie.
Peter (Levi Miller – voz de Manuel Sá Nogueira na versão dobrada) é um inconformado menino de 12 anos com um lado rebelde irrepressível, qualidades que, no sombrio orfanato de Londres onde viveu toda a sua vida, não são propriamente apreciadas. No entanto, eis que chega uma noite incrível, a noite em que Peter é levado do orfanato e transportado para um fantástico mundo de piratas, guerreiros e fadas - a Terra Do Nunca. Aqui, Peter vive verdadeiras aventuras e trava destemidas batalhas, ao mesmo tempo que tenta desvendar o segredo da sua mãe, que o deixou no orfanato há muitos anos atrás, e encontrar o seu lugar de direito nesta terra mágica. Mas, para descobrir o seu verdadeiro destino e ao mesmo tempo salvar a Terra do Nunca, Peter terá que, em conjunto com a guerreira Tiger Lily (Rooney Mara - voz de Rita Redshoes na versão dobrada) e o seu novo amigo James Hook (Garrett Hedlund - voz de Rui Unas na versão dobrada), derrotar o impiedoso pirata Barba-Negra (Hugh Jackman - voz de Joaquim de Almeida na versão dobrada), tornando-se no herói que viverá para todo o sempre nos nossos corações conhecido como Peter Pan. 

Opinião por Maria Ana Jordão:

Joe Wright invade o imaginário colectivo do público ao recriar a história de origem ‘Pan’, inspirada na obra de J.M. Berrie (1911) ‘Peter Pan’.  Certamente que já terá fabricado a sua terra do nunca e é para lá que o realizador gostaria de o levar nesta história infantil.  
O que leva Peter até à ilha da terra do nunca? Peter, um orfão de 12 anos abandonado por Mary, sua mãe, num convento sinistro na cidade de Londres, na II Guerra Mundial.  Peter sabe que quer procurar a sua mãe e o acaso fará com que seja uma das crianças do convento raptadas abruptamente pelos terríveis piratas.

Seguem viagem num navio voador até à ilha da terra do nunca.  Instala-se o estilo ‘nonsense’.  O espectador que se prepare, pois estilo sobrepõe-se a substância apesar da premissa ser prometedora.  Peter e as crianças, têm o que os adultos querem mas não podem voltar a ter, juventude. São recebidos com um concerto do maléfico Barba Negra (Hugh Jackman)  A este concerto com magnitude de um espectáculo da Brodway falta-lhe alma.
Para o público mais jovem começam-se a complicar as coisas, principalmente se não conhecerem o clássico ‘Peter Pan’.  De tão subtil que é não vai ser fácil para os mais novos identificar a essência de Peter.  Crescer é tudo o que querem, dificilmente vão compreender a vontade oposta de Peter (Pan)  A busca do passado com o sonho como pano de fundo pode confundi-los, principalmente por ter sido uma ideia que não se desenvolveu.  Esta aventura fantasiosa, deixa de poder ser chamada de ‘nonsense’ pois o seu guião incoerente não o permite.

Os diálogos são acessíveis, naturalmente moralistas mas profundamente banais.  Em ‘Orgulho e Preconceito’ e ‘Anna Karenina’ Joe Wright, enquadra o plano visual com o seu conteúdo, desta vez deu mais importância ao estilo.  A fotografia e alguns efeitos especiais pela sua grandeza, preenchem o que falta desta história mas não a completam. Há um domínio total do potencial criativo, que se revê na forma como o vestuário é empregue.
As personagens criam alguma relação empática com o público, através de um guarda-roupa extravagante que caracterizam os traços de personalidade e a sua força faz-nos esquecer algumas falhas que ‘Pan’ possa ter.  Peter, pelo seu carisma é o centro das atenções, durante o filme.  Todos temos o nosso destino, o de Peter é a terra do nunca, também sua casa.

Ideias que podem ser demasiado arrojadas para crianças mas insuficiente para adultos, como se o público ficasse num limbo. A nova ilha da terra do nunca, um mundo tanto de adultos como de crianças, sem qualquer sentimento de pertença imaginário, não tem a magia de ‘Peter Pan’, nem brilha enquanto ‘Pan’.  Não ter público alvo definido, é uma vantagem que coloca ‘Pan’ como o próximo sucesso de bilheteira.  

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