5 de julho de 2015

Opinião - A Bruxa de Oz - Gregory Maguire


Título: A Bruxa de Oz
Autor: Gregory Maguire
Editora: Casa das Letras

Sinopse:
Quando Dorothy triunfou sobre a Bruxa Má do Oeste no clássico O Feiticeiro de Oz, de L. Frank Baum, apenas conhecemos a sua versão da história. Mas, afinal, quem era esta misteriosa Bruxa? De onde veio? Como se tornou tão malvada? E qual é, então, a natureza do mal?
A Bruxa de Oz conta a história de Elphaba, uma menina de pele verde, insegura, rejeitada tanto pela mãe como pelo pai, um pastor reaccionário. Na escola ela também é desprezada pela sua colega de quarto Glinda, a Fada Boa do Norte, que só quer saber de coisas fúteis: dinheiro, roupas, jóias. Neste contexto, ela descobre que vive num regime opressor, corrupto e responsável pela ruína económica do povo. Elphaba decide, então, lutar contra este poder totalitário, tornando-se na Bruxa Má do Oeste, uma criatura inteligente, susceptível e incompreendida que desafia todas as noções preconcebidas sobre a natureza do bem e do mal.
Gregory Maguire cria um mundo de fantasia tão fértil e vívido que Oz nunca mais será o mesmo.

Opinião por Andreia Navarro:
Partilho convosco a minha opinião sobre um livro que me deixou de boca aberta (no bom sentido) pela sua originalidade e pela forma como toda a história se desenrolou.
Falo-vos de A Bruxa de Oz, de Gregory Maguire.
Este livro é o primeiro de uma trilogia (The Wicked Years), que nos mostra Oz como nunca imaginaríamos ser possível! Através dos olhos de personagens chave vemos toda uma sociedade em ebulição. Esta trilogia é composta pel' A Bruxa de Oz (#1), O Herdeiro de Oz (#2) e O Leão de Oz (#3).
Gregory Maguire conseguiu juntar numa única história criaturas fantásticas, política (bem actual!), mistério, crime, comédia, romance, traição, perdão, idealismos, convicções, sexualidade (etc.), tudo numa coesão que, à primeira vista, pensaríamos impossível.
Encontramos uma ligação bem estruturada mas sem clichés vindos do original Feiticeiro de Oz, sem cair no ridículo e com uma descrição tão bem feita que, quase, podia tornar Oz e os seus habitantes reais. Estarei a exagerar? Nem um pouco! Até com animais falantes, seres com marcas tribais de nascença, Munchkins e a bruxa verde que não pode tocar em água como personagens, todo o enredo é verosímil.
Todos nós conhecemos a história de Dorothy e do seu cãozinho Toto que se vêem no meio de um tornado que os leva até a uma terra desconhecida onde encontram um espantalho, um homem de lata e um leão e que, juntos, rumam até à cidade Esmeralda intendendo pedir ajuda ao Feiticeiro. Entre as várias peripécias que encontram pelo caminho, vemos Dorothy a derrotar Elphaba, a Bruxa Má do Oeste. A Bruxa de Oz vai-nos contar sobre outros tempos, e noutro ponto de vista, a história de Elphaba, desde o seu nascimento e a sua infância atribulada, à sua educação e experiências de vida até se tornar, inevitavelmente e sem culpa, na Bruxa Má do Oeste e à sua morte.
O autor leva-nos numa viagem por Oz, apresentando-nos o seu povo e as suas diferenças territoriais e culturais, as suas histórias, as suas revoltas e ambições, tudo pelos olhos de Elphaba, uma rapariga que apenas teve o azar de nascer verde e ter opiniões numa terra tacanha de superstições e incompreensão, fortemente controlada e censurada por parte do seu governo.
No mínimo original. No máximo, surpreendente. Não estamos preparados para o que vamos ler, isso vos garanto. Sem dúvida, um dos meus livros favoritos!

1 comentário:

Elphaba disse...

Gosto tanto de ver uma opinião assim sobre *A Bruxa de Oz* 😃