26 de julho de 2015

O Ser que me habita a Memória , de Fernando André Gonçalves

A Chiado Editora e o Autor Fernando André Gonçalves têm o prazer de apresentar o livro “O ser que me habita a memória”
Fernando André Gonçalves nasceu em Guimarães no ano de 1979. É mestre em Arquitectura pela Universidade Lusíada - Faculdade de Arquitectura e Artes - e sócio-gerente do Atelier Zurban Arquitectura.

Se o prazer da leitura se edificou desde muito cedo, a necessidade em passar para o papel pequenas estórias, pensamentos e concepções, revelou-se elemento fulcral, quer no seu trabalho de Arquitecto como no de escritor. É na relação homem/território, comum aos dois campos, onde encontramos os temas decorrentes dos seus textos. Afinal o que é o homem sem a sua circunstância? “Em cada habitação projectada escreve-se uma história com personagens reais, com sentimentos reais, personagens que me sopram ao ouvido, que me relatam as suas vontades, os seus sonhos. O trabalho do arquitecto é o paraíso do escritor, resta-me sonhar com um final feliz e deixá-los viver”,escreveu um dia.

Reúne neste livro a sua primeira experiência no campo da literatura romanceada. Foi o conhecimento adquirido, ao longo dos anos, na área da habitação tradicional portuguesa e das próprias sociedades tradicionais, que tornou possível conhecer e calcar algumas das aldeias desertificadas que ponteiam o nosso país, tal como a povoação de Banrezes onde decorre a teia ficcional deste livro.

“O ser que me habita a memória” Um texto formado por duas perspectivas intercaladas que frequentam o mesmo universo de uma povoação desertificada - a aldeia de Banrezes – que, até finais do Sec.XIX, constituiu um pequeno aldeamento na província de Trás-os-Montes, concelho de Macedo de Cavaleiros. O leitor viaja para uma realidade desidratada de todos os aspectos caracterizadores das sociedades modernas. Encontramos aqui um universo pessoal, cru, perdido no tempo, perdido nas reminiscências da infância, um universo escravo das mãos de um tempo velho. Assistimos a uma descrição dos dias lentos, letárgicos e bucólicos, onde se expõe a cadência, o sentimento, e a dinâmica dos ritos perdidos da pequena população. Uma intensidade nostálgica que nos absorve e consome, que nos prende e nos chama. Vivenciamos um relato emocional de um modo de vida, já há muito extinto, onde a população isolada se une para combater as dificuldades da solidão. Fica ao leitor um dissabor na ponta da língua, um dissabor da interioridade perdida, da interioridade rica nas relações humanas, na proximidade entre os homens que, no mundo actual em constante aceleração, cada vez mais se eclipsa.

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