5 de junho de 2015

Opinião Ligeiramente Casados - Mary Balogh


Título: Ligeiramente Casados
Autora: Mary Balogh
Editora: Asa

Sinopse:
Como todos os Bedwyn, Aidan tem a reputação de ser arrogante. Mas este nobre orgulhoso tem também um coração leal e apaixonado - e é a sua lealdade que o leva a Ringwood Manor, onde pretende honrar o último pedido de um colega de armas. Aidan prometeu confortar e proteger a irmã do soldado falecido, mas nunca pensou deparar com uma mulher como Eve Morris. Ela é teimosa e ferozmente independente e não quer a sua proteção. O que, inesperadamente, desperta nele sentimentos há muito reprimidos. A sua oportunidade de os pôr em prática surge quando um parente cruel ameaça expulsar Eve de sua própria casa. Aidan faz-lhe então uma proposta irrecusável: o casamento, que é a única hipótese de salvar o lar da família. A jovem concorda com o plano. E agora, enquanto toda a alta sociedade londrina observa a nova Lady Aidan Bedwyn, o inesperado acontece: com um toque mais ousado, um abraço mais escaldante, uma troca de olhares mais intensa, o "casamento de conveniência" de Aidan e Eve está prestes a transformar-se em algo ligeiramente diferente…

Opinião por Sónia Melo:
Mais um livro histórico de Mary Balogh. Digo desde já que adorei os anteriores pelas suas histórias imensamente românticas e envolventes. No entanto, não consegui criar a mesma empatia com este livro.
Principal motivo: não gostei particularmente da personalidade de Eve ou da frieza de Aidan. Tanto um como outro não têm propriamente o tipo de personalidade que me cativa. Ele é resignado, apático e um quanto distante emocionalmente dos outros, como pontos positivos aponto o seu bom coração, a sua coragem para enfrentar seja quem for e a sua imensa riqueza. Ela é uma mulher sem qualquer grama de romantismo, pelo menos na sua maneira de pensar, e que não faz praticamente nada para lutar pelo seu futuro ao lado do homem que ama. Além disso, é surrealmente ingénua e julga-se forte. Como pontos positivos da sua personalidade destaco o amor incondicional pelos seus subalternos, designados de “patinhos feios” por Aidan, assim como a sua visão inovadora para a construção de uma espécie de refúgio para os deficientes da guerra, o que é de louvar, uma vez que na altura as mulheres não eram reconhecidas pela sua capacidade de criar e gerir algo desse nível.
Não é um livro muito romântico. Os protagonistas passam a maior parte do livro sem nutrir qualquer tipo de paixão um pelo outro e, quando o sentem, é tudo demasiado mecânico. Eles apreendem a respeitar e estimar um ao outro sem se sentirem atraídos febrilmente como é costume neste tipo de histórias. Provavelmente, a autora não pretendia uma história de amor arrebatadora mas sim um amor calmo e verdadeiro. Todavia, faltou entusiamo na forma como nos descreveu a história, faltou magia… Talvez, eu esteja demasiado habituada a ler romances de autoras mais eloquentes como Sherrliyn Kenyon, Madeline Hunter ou até mesmo Nora Roberts, ou talvez, este não seja um dos melhores livros da autora, uma vez que adorei “Um Verão Inesquecível” e não senti essa falha, muito pelo contrário.
A família Bedwing é muito estranha. Tentei gostar deles mas não consegui. Acho que todos têm um qualquer problema de personalidade. Apesar de, terem nascido no seio de uma família rica e de os seus pais terem sido apaixonados um pelo outro, parecem-me um bando de amargurados. Não consigo compreender e muito menos ver a razão para a frieza que todos eles expressam à primeira vista. São pessoas demasiado arrogantes que ficariam melhor no papel de vilões do que de heróis, mas trata-se apenas da minha opinião.
Como nem tudo é mau, não quero deixar de apontar a beleza estética da escrita da autora que tem um cuidado com os pormenores digno de nota. A referência constante à guerra na Península Ibérica que confere familiaridade à história mas que podia ter sido mais explorada. O ambiente da época que consegue nos envolver com primazia e as personagens apesar de tudo conseguem ser bastante reais e até palpáveis.

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