29 de abril de 2015

Opinião - As Instruções da Pitonisa - Erik Axl Sund


Título: As instruções da Pitonisa
Autor: Erik Axl Sund
Editora: Bertrand

Sinopse:
Um carro é devorado pelas chamas em Tantoberget. No interior, estão os corpos carbonizados de duas mulheres, as principais suspeitas dos assassínios em série das antigas alunas do internato de Sigtuna que Victoria Bergman frequentou. Na posse de uma delas, a polícia encontrou várias polaroides dos assassinados rodeados por túlipas amarelas. A detetive Jeanette Kihlberg compreende que, sob a aparência de suicídio a loucura mortífera prossegue o seu caminho. Sofia Zetterlund mantém as sessões de autoterapia para tentar, finalmente, compreender quem realmente é. Victoria Bergman recusa-se a ser dominada e ameaça continuar. Entretanto Madeleine, pensa na sua próxima vítima. É tempo de pagar.

Opinião por Filipa Monteiro:
Muitas vezes, em séries e em trilogias, quando há mais que um livro para contar a mesma história, muitas vezes acontece, essa série perder a qualidade ou não gostarmos tanto como do primeiro.
Já me aconteceu dar 5 estrelas a um segundo livro porque realmente o adorei, mas, não serão as mesmas 5 estrelas que dei ao primeiro volume que, gostei menos mas mesmo assim são 5 estrelas. Ou... vice-versa.
"As instruções da Pitonisa" é o terceiro e último volume de uma trilogia e, para mim, esta trilogia NÃO perdeu de maneira nenhuma qualidade.
Se adorei o primeiro, adorei o segundo e adorei o terceiro.
Depois de ler este terceiro, fui ver o que leitores do goodreads tinham comentado deste último volume pois há acontecimentos que ficam por desenvolver, pessoalmente, esses mesmos desenvolvimentos, a mim, não me fizeram falta, mas compreendo a quem o faça.
Fui ler as opiniões e descobri isso mesmo, pessoas que desceram classificações por faltar o tal desenvolvimento e então, fiquei eu própria a pensar se deveria descer... mas, cheguei à conclusão em 2 minutos que a mim, esses mesmos acontecimentos não me fizeram falta e que, se fosse parte da dupla de autores Erik Axl Sund, teria feito o mesmo.
(Seria tão maravilhoso fazer parte da dupla e passar a uma tripla! Seria quase uma face de Victoria Bergman! -- e só por aqui percebem o quanto delirei com estes livros. Delirei. A palavra certa.)
Concluindo todo este meu devaneio, só posso dizer que cada livro é melhor que o outro.
Já falei da escrita nos volumes anteriores.
Já falei um pouco da história nos anteriores, vou apenas dizer que mais do que nunca, a frase: "nem tudo o que parece é", é mais do que própria para aqui.
Digo também apenas que, acontecimentos passados na nossa infância/adolescência têm um peso enorme na nossa formação enquanto adultos.
Digo, também, o quanto uma pessoa fragilizada se pode tornar numa pessoa poderosa e o quanto uma pessoa fraca se pode tornar numa forte.
E, digo ainda, se nos isolarmos, se ficarmos sós, se não tivermos ninguém de quem gostamos, pudemos tornar-nos amargos e muito perigosos.
Nós, o ser humano; e que, quando somos tão maltratados, a nossa única defesa é refugiar-nos em nós próprios, vivendo no nosso mundo e fazendo a vida... "aqui". (esta última frase será apenas para quem leu este livro).
Somos o que queremos. Somos o que fazem de nós. Somos as escolhas e as acções que fazemos/praticamos.
"O mundo é um lugar esplêndido que merece que se lute por ele" - frase dita por Hurtig, colega de Jeanette Kihlberg, na página 334 deste livro, retirada do romance de Hemingway: "Por quem os sinos dobram".

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