Título: Eurico, o Presbítero
Autor: Alexandre Herculano
Editora: Europa-América
Sinopse:
Obra paradigmática do Romantismo português e poema épico em prosa, Eurico o Presbítero é a obra magistral de Alexandre Herculano. Introdutor do romance histórico consagrado por Walter Scott, Herculano narra a triste história de amor entre Hermengarda e Eurico. Na Espanha visigótica do século VIII, Eurico, que outrora reprimira rebeliões na Cantábria, entrega-se ao sacerdócio por não poder desposar Hermengarda. Por fim, quando vê a sua pátria ameaçada, Eurico converte-se no valoroso e enigmático Cavaleiro Negro, conquistando a admiração dos Visigodos. A presente edição integral conta com uma nota biográfica, uma panorâmica geral da obra do autor e uma análise de Eurico na Produção literária de Alexandre Herculano. Inclui ainda apreciações críticas de Oliveira Martins e de Moniz Barreto.
Opinião por Helena Bracieira:
Gostei muito deste livro e gostei dele pelas seguintes razões:
1. É um romance histórico medieval escrito com uma linguagem repleta de «rococós» mas que nos mostra, exemplarmente, a filosofia romântica dos princípios do século XIX;
2. Constitui uma crítica aos cânones da Igreja por não permitir que os padres se casem e por estes terem que abdicar da felicidade terrena que é necessária à sua concretização espiritual como homens;
3. Retrata um período da nossa História que, por vezes, é um pouco negligenciado por nós, na medida em que pouco conhecemos dos acontecimentos que precederam a formação do Condado Portucalense e, depois, de Portugal (para além de el-rei Afonso Henriques a bater na mãe);
4. As descrições são de tal modo vívidas que parece que estamos em plena batalha entre cristãos e árabes com direito a perseguições, incêndios, conspirações, e outras coisas tais;
5. Apesar de, muito provavelmente, o amor das personagens principais, Eurico e Hermengarda, ter sido muuuuuito exagerado pelo narrador, é sempre bonito conhecer histórias assim, em que o amor vai para além de tudo o que possamos imaginar e do que é humanamente possível (mesmo que tenha sido só ficcional);
6. É de louvar o esforço do autor em ser historicamente correcto, procurando esclarecer-nos nas suas notas os termos usados: os nomes de locais e respectiva evolução linguística, medidas, etc.;
7. Por último, gostei muito porque sou muito lamechas (com conta e medida, claro) e gosto de imaginar bonitas histórias de amor eterno com aquelas coisinhas todas características deste tipo de «pieguices».
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