Título: O Intruso
Autor: Mário Braga
Editora: Circulo de Leitores
Opinião por Helena Bracieira:
Mário Braga, escritor português nascido em 1921, em Coimbra, afirmou-se em 1948 com o livro de contos Os Serranos.
Relativamente a este livro, O Intruso, revela-se como uma colectânea de alguns dos seus contos, talvez os melhores, publicados ao longo da sua carreira até 1980. Denomina-se O Intruso, pois é o nome do primeiro conto, seguindo-se «Ferrete», «A noite era escura», «A carta», «Decência», «A cabeça do burro», «Nos bastidores», «A doação», «Penélope», «O homem das barbas», «Cárcere privado», «Liberdade poética», «O assalto» e, por fim, «Espólio intacto». Todos estes contos são retratos de diferentes realidades, não fosse este escritor um neo-realista. Relatam, exemplarmente, as realidades sociais do campo e da cidade e das variadas personagens que povoam esse mundo.
De todos os contos, o que mais apreciei foi «Penélope»: a história de uma mulher demente que, sendo abusada por homens sem escrúpulos, está constantemente a dar à luz, trazendo sempre uma criança nos braços. Pede pelas ruas e está sempre a tricotar, desfazendo o seu trabalho à noite, tal como fazia a figura mítica Penélope, esposa de Ulisses. Contudo, um dia, algo muda...
Apesar de este conto ter sido o meu favorito, posso dizer que os adorei a todos, porque cada um tinha um final inesperado, apelando à reflexão sobre o mundo que nos rodeia.
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