Título: Lotaria
Autor: Patricia Wood
Editora: Presença
Sinopse:
Neste seu romance de estreia, Patricia Wood consegue fazer-nos partilhar de forma convincente a visão do mundo de Perr L. Crandall, com o seu QI de 76. Criado por uma avó extraordinária, Perry aprendeu a aceitar-se e a lidar com a vida à sua maneira, mas, acima de tudo, aprendeu a confiar nos seus próprios sentimentos. Essa capacidade virá a revelar-se da maior importância quando, mais tarde, Perry ganha uma avultada quantia de dinheiro na lotaria. Um romance encantador e comovente sobre o poder do amor e da confiança no lado positivo de todas as coisas.
Opinião por Filipa Monteiro:
Wolfgang Amadeus Mozart disse: "Nem a inteligência superior nem a imaginação, nem ambas em conjunto, contribuem para a formação do génio. Amor, amor, amor, eis a alma do génio."
Esta é uma das frases que estão incutidas neste livro e digo incutidas porque para além de escritas, se sente isto ao longo de todo o desenrolar da história. É um dos livros mais ternurentos e cheios de vida que já li até hoje. Um livro que ensina ou relembra tudo o que a vida trás, tanto bom como mau e ensina/relembra principalmente que por mais que a vida dê voltas, continua sempre. . .
Conta a história de Perry, que é um homem com um QI de 76, que NÃO é atrasado. Para se ser atrasado tem de se ter um QI inferior a 75. Um homem que vive com a avó porque os pais não o quiseram e que mais tarde ganha a lotaria.
Um homem que aprendeu desde cedo a trabalhar nos barcos porque o avô era o que fazia, aprendeu desde cedo a trabalhar no duro, como ele diz.
Um homem que aprendeu a ver as palavras no dicionário todos os dias com a avó.
Um homem que aprendeu o que era o amor. . . mais tarde. . .
Um homem que viveu rodeado de amor e que sabia mais do que todas as pessoas que aparecem na história, um homem que foi tão bem retratado, que eu me senti tão pequenina e com uma vontade imensa de conhecê-lo. . . (é nestas alturas que eu refilo com os livros por as personagens serem fictícias e não estarem ali do meu lado).
Há ainda outra personagem que tenho de referir. Tenho mesmo, e é, o Keith. Claro que foi concebido mesmo para os leitores gostarem dele, mas. . . não sei. . . a mim tocou-me tanto, mas tanto. . .
Um homem grosseiro e fanfarrão. Um homem que acima de tudo protege o Per. A avó de Perry ralhava com ele e dizia ao Perry: Este homem é grosseiro e não deves dizer asneiras como ele. Algo assim, mas quando o dizia, sorria.
Há muito tempo que não me emocionava com um livro, este, teve esse poder, é daqueles livros que vão ser sempre acarinhados por mim e que, quando me perguntarem que leitura eu acho que devem ler, agora já posso acrescentar outro. É daqueles que atravessa gerações e atravessa géneros. Independentemente dos géneros favoritos de cada um, penso mesmo que ESTE livro deve ser lido.
Então eu vou responder: Há um livro que amei e amo. Chama-se "Lotaria" e é um grande livro sobre o amor em várias formas e sobre como a vida se deve aproveitar e em como devemos agradecer o que conseguimos alcançar, mesmo nos piores momentos. . . Por isto tudo, acho que o deves ler. Que deve ser a tua próxima leitura.
E sei isto, porque é: Echt. É VERDADEIRO, GENUÍNO.
ECHT - foi uma palavra que também aprendi neste livro. Uma das. . .
Só mais uma coisa, lê-se num folêgo, num sopro, é tão fluida a leitura que não damos mesmo por ela. . .
Ah e a palavra E-S-P-E-R-A-N-Ç-A também reina neste livro. . .
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