1 de julho de 2014

Opinião - Divergente

Título: Divergente
Autor: Veronica Roth
Editora: Porto Editora

Sinopse:
Na Chicago distópica de Beatrice Prior, a sociedade está dividida em cinco fações, cada uma delas destinada a cultivar uma virtude específica: Cândidos (a sinceridade), Abnegados (o altruísmo), Intrépidos (a coragem), Cordiais (a amizade) e Eruditos (a inteligência). Numa cerimónia anual, todos os jovens de 16 anos devem decidir a fação a que irão pertencer para o resto das suas vidas. Para Beatrice, a escolha é entre ficar com a sua família... e ser quem realmente é. A sua decisão irá surpreender todos, inclusive a própria jovem.

Durante o competitivo processo de iniciação que se segue, Beatrice decide mudar o nome para Tris e procura descobrir quem são os seus verdadeiros amigos, ao mesmo tempo que se enamora por um rapaz misterioso, que umas vezes a fascina e outras a enfurece. No entanto, Tris também tem um segredo, que nunca contou a ninguém porque poderia colocar a sua vida em perigo. Quando descobre um conflito que ameaça devastar a aparentemente perfeita sociedade em que vive, percebe que o seu segredo pode ser a chave para salvar aqueles que ama... ou acabar por destruí-la.

Veronica Roth foi considerada a melhor autora pelo GoodReads Choice Awards em 2012. Divergente foi eleito o melhor livro de 2011 e Insurgente o melhor livro de fantasia para jovens-adultos em 2012, pela mesma entidade, a única cujas distinções são atribuídas exclusivamente pelos leitores.

Opinião por Juliana Melo:
Desde à algum tempo atrás que andava desejosa por ler este livro devido aos bons comentários que ouvia sobre ele. Um dia, numa livraria em Viana do Castelo, perdi a cabeça e comprei-o. Confesso que não me custou nada até porque mal lhe peguei devorei-o em dois dias [estava em maratona, o que incentivou mas mesmo assim, foi uma leitura frenética]. Posso dizer que o interesse neste livro também se deu por o poder comparar um pouco com a colecção Hunger Games, tendo observado especial semelhança na parte da cerimónia de escolha das facções. Fez-me lembrar, não me perguntem porque.  

Todo o livro fala de um futuro em que a sociedade está dividida em cinco facções consoante características particulares da sociedade. Aos 16 anos cada pessoa deve escolher ou permanecer na faça em que escolheu ou então optar por outra que se adapte mais à sua personalidade. Quando nos testes de aptidão, Beatrice Prior é integrada não em uma facção, como normal, mas em três esta fica a perceber que é Divergente, ou seja, alguém que, ao contrário da norma, se consegue adequar a mais que uma facção. Ela deve manter isso em segredo porque os Divergentes são considerados ''fora da lei'' e, segundo lhe foi dito, são capturados para que seja mantida a ordem. A aventura da nossa protagonista começa quando ela, em vez dos Abnegados, facção onde nasceu caracterizada pelo Altruísmo, ela escolhe os Intrépidos, os valentes e corajosos. A partir daí, juntamente com Tris, vamos descobrindo um mundo totalmente novo. 

O facto de a narrativa ser na primeira pessoa faz com que o leitor se sinta mais ligado à protagonista, sentindo os seus medos e dúvidas assim como o seu entusiasmo e coragem em determinadas situações. Só por mudar de facção já considerei a Tris uma corajosa e por tudo o que ela enfrentou na iniciação dos Intrépidos acho que ela está, com certeza, muito de acordo com essa facção. Ela é corajosa ao ponto de mudar o seu próprio destino, optando pelo caminho mais difícil mas da felicidade, em vez de optar pelo que seria mais fácil. Uma lutadora que com certeza se mostra forte por detrás de todas as fraquezas e consegue enfrentar situações neste livro que nem todos conseguiriam com tanta frieza e perspicácia. 

Outra personagem que adorei no livro foi o Quatro. Com o seu lado inicial duro e frio, adoro como, com a interacção com Tris e com o começo da relação deles vamos vendo um lado mais suave de Quatro, descamando-o por camadas tal como Tris o vai fazendo até ser revelada a verdadeira essência dele. Acho que o casal que formam é ao mesmo tempo forte e suave tendo fluído ao longo do livro sem o achar forçado. Foi-se desenvolvendo juntamente com a história e só quando os sentimentos já são profundos é que o leitor realmente conecta com eles e, acho que como eu, os acha adoráveis. 

Veronica Roth conseguiu criar um universo que prende o leitor. Todos os pormenores sobre facções e sobre o novo estilo de vida foram bem personificados. Fiquei curiosa sobre cada uma das facções e acho que sempre que era desvendado algo mais sobre cada uma me sentia satisfeita e mergulhava mais profundamente no livro. Acho que no fundo este livro carrega a mensagem de que, possivelmente, se as facções se unissem em vez de trabalharem cada uma para o seu objectivo, a sociedade poderia sim, viver em harmonia. Com todos os acontecimentos que se vão desenrolando ao longo do livro, é óbvio que tal não acontece e, contrariamente, à harmonia, temos uma guerra pelo poder. 

É uma óptima leitura que comecei com altas expectativas e que conseguiu não me desiludir, muito pelo contrário. Adorei e agora quero mergulhar no terceiro livro (sim, já li o segundo! a opinião sairá em breve). Aconselho a todos que gostarem de Jogos da Fome e de Instrumentos Mortais a lerem este livro porque com certeza vão adorar tanto quanto essas colecções. Eu cá fiquei rendida!

Sem comentários: