6 de julho de 2014

Opinião - A criança que não queria falar

 
Título: A criança que não queria falar
Autor: Torey Hayden
Editora: Presença

Sinopse
Era uma criança de seis anos insociável, violenta, perdida num mundo de raiva e sofrimento... até encontrar uma jovem e brilhante professora.  Esta é a história verídica e comovente da relação entre uma professora que ensina crianças com dificuldades mentais e emocionais e a sua aluna, Sheila, de seis anos, abandonada por uma mãe adolescente e que até então apenas conheceu um mundo onde foi severamente maltratada e abusada. Relatada pela própria professora, Torey Hayden, é uma história inspiradora, que nos mostra que só uma fé inabalável e um amor sem condições são capazes de chegar ao coração de uma criança aparentemente inacessível. Considerada uma ameaça que nenhum pai nem nenhum professor querem por perto de outras crianças, Sheila dá entrada na sala de Torey, onde ficam as crianças que não se integram noutro lugar. É o princípio de uma relação que irá gerar fortes laços de afecto entre ambas, e o início de uma batalha duramente travada para esta criança desabrochar para uma vida nova de descobertas e alegria. Desde a sua publicação o, em 1980, o livro já vendeu 8 500 000 exemplares no Reino Unido e foi traduzido em 27 línguas, tendo sido um bestseller em vários países. 

Opinião por Nádia Santos:
Este livro (e outros que adquiri desta autora) foram comprados sob a influencia de uma amiga. Quando sei que as histórias são verídicas, sinto logo um arrepio na espinha, normalmente estas histórias são pesadas, retratam um mundo negro, e eu estou a tentar manter-me num espírito zen. 
Após pegar neste livro, soube automaticamente que o meu estado de espírito, iria mudar, além da minha forma de pensar.
Se mudei, mudei. Se compreendi o desprendimento da Torey, não. Ainda não tenho a capacidade de perdão, como ela tem.

Para que compreendam o que digo. Imaginem...uma menina de 6 anos, queima um menino de 3 anos de vida, que vai ficar marcado para o resto da vida. A menina (Sheila), é condenada a ir para um hospital psiquiátrico, mas enquanto espera por uma vaga no dito hospital, vai parar na sala de aula (ensino especial) da Torey. Digo-vos que a miúda inicialmente provocava em mim uma certa aversão por causa do seu comportamento completamente destrutivo (Sheila fura os olhos aos peixes e mata ratinhos bebés).

Mas a criança, que inicialmente provocava-me aversão, começou a conquistar-me. E Torey no fundo, mostra-nos como todos temos de ter segundas oportunidades e que nos dêem o beneficio da dúvida. A oportunidade de mudar comportamentos, por muito macabros e retorcidos.

E quando digo que não consigo compreender o desprendimento da Torey, deve-se que é-me mais fácil perdoar e perceber as causas do comportamento da Sheila, por esta ser uma criança, vitima de maus tratos, abandonada pela mãe, a viver numa barraca, sem água e luz, apenas com a roupa que tem no corpo.

Enfim, é um livro que retrata este caso (apesar de sabermos que infelizmente existe muitas "Sheilas" por aí), mas que serve de exemplo para todos os que lerem.


Recomendo este livro!

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