Os Transparentes, de Ondjaki, Prémio Literário José Saramago 2013
Na oitava edição do prémio criado pela Fundação Círculo de Leitores para distinguir jovens escritores de língua portuguesa foi distinguido o escritor angolano Ondjaki, pelo seu romance Os Transparentes. O nome de Ondjaki junta-se agora ao de Paulo José Miranda, José Luís Peixoto, Adriana Lisboa, Gonçalo M Tavares, Valter Hugo Mãe, João Tordo e Andréa del Fuego, que viram também livros seus premiados com este galardão. O anúncio foi feito por Guilhermina Gomes, presidente do júri do Prémio Literário José Saramago, e Diretora Editorial do Círculo de Leitores, ao meio-dia em ponto do dia 5 de novembro de 2013, na sede da Fundação José Saramago.
Natural de Luanda, onde nasceu no ano de 1977. Ondjaki é o seu nome de escrita, guerreiro em Umbundu. Poeta, prosador, visita também a escrita para crianças, o teatro, a pintura, o documentário. Formado em Sociologia, completou o doutoramento em Estudos Africanos em Itália. Distinguido em 2000 com a Menção Honrosa do Prémio António Jacinto pelo seu primeiro livro de poesia (actu sanguíneu), em 2005 obtém o Prémio António Paulouro pelo livro de contos E se amanhã o medo, e o Grande Prémio APE em 2007 por Os da minha rua.
Em 2010 recebe o Prémio Jabuti (categoria juvenil) com AvóDezanove e o segredo do soviético. Ainda no âmbito juvenil, publica A bicicleta que tinha bigodes distinguido com o Prémio Bissaya Barreto 2012 e com o Prémio Fundação Nacional do Livro Infantil e Juvenil (IBBY do Brasil) 2013. O romance Os transparentes é agora distinguido com o Prémio Literário José Saramago 2013.
POESIA: actu sanguíneu (2000); há prendisajens com o xão (2002); materiais para a confecção de um espanador de tristezas (2009); dentro de mim faz Sul seguido de acto sanguíneo (2010) CONTOS:
momentos de aqui (2001); e se amanhã o medo (2005) ROMANCE: bom dia camaradas (2001); o
assobiador (2002); quantas Madrugadas Tem a Noite (2004); AvóDezanove e o segredo do soviético
(2008); Os transparentes (2012) INFANTIL/JUVENIL: Ynari: a menina das cinco tranças (2004); O leão e o coelho saltitão (2008); o voo do Golfinho (2009); Ombela, a origem das chuvas (2011); a bicicleta que tinha bigodes (2011); uma escuridão bonita (2012) TEATRO: Os vivos, o morto e o peixefrito
(2009) DOCUMENTÁRIO: Oxalá cresçam Pitangas (2006)
Sinopse:
«Com o presente romance, de novo aparece Luanda - a Luanda atual do pós-guerra, das especificidades do seu regime democrático, do «progresso», dos grandes negócios, do «desenrasca» - como pano de fundo de uma história que é um prodígio da imaginação e um retrato social de uma riqueza surpreendente.
Combinando com rara mestria os registos lírico, humorístico e sarcástico, Os transparentes dá vida a uma vasta galeria de personagens onde encontramos todos os grupos sociais, intercalando magníficos diálogos com sugestivas descrições da cidade degradada e moderna.»
Excertos da Obra premiada
«Odonato já não tinha força para desenhar nos lábios um gesto mínimo de espanto ou o que fosse um vulgar sorriso, a temperatura chegava-lhe à alma, os olhos ardiam por dentro Chorar afinal não tinha que ver com lágrimas, antes era o metamorfosear de movimentos internos, a alma tinha paredes – texturas porosas que vozes e memórias podiam alterar…»
«…a verdade é límpida e conhece veredas secretas para chegar ao seu destino»
«Odonato observava as mãos e os alimentos: tudo oferecido ou encontrado nos restos do supermercado onde algum conhecido trabalhava
− agora comemos só aquilo que os outros já não querem – comentou
− é pecado deitar fora comida ainda boa
− é pecado não haver comida para todos…»
«Luanda fervia com a sua gente que vendia, que comprava para vender, que se vendia para ir depois comprar a gente que se vendia sem voltar a conseguir comprar…»
Criada em 1995 com o objetivo de divulgar a cultura escrita e literatura portuguesa, contribuindo para o fomento dos hábitos de leitura e promoção da língua portuguesa. Para além do apoio à edição de grandes obras, e da publicação da revista LER, a fundação criou as Olimpíadas da Leitura, percursoras de conceito do Plano Nacional de Leitura, e o Grande Torneio das Letras em parceria com o Diário de Notícias. Em 1999 inicia a atribuição do primeiro grande prémio literário a distinguir jovens escritores de língua portuguesa, o Prémio Literário José Saramago.
Homenageando a figura do Nobel da Literatura, José Saramago, este prémio foi criado em 1999 pela Fundação Círculo de Leitores. Afirmando-se como um dos mais importantes prémios literários atribuídos no âmbito da lusofonia a autores com obra publicada em português, e com idade não superior a 35 anos, foram distinguidos em anos anteriores nomes como: Paulo José Miranda, José Luís Peixoto, Adriana Lisboa, Gonçalo M. Tavares, Valter Hugo Mãe, João Tordo e Andréa del Fuego. O Prémio Literário José Saramago tem o valor de 25 mil euros.
Na oitava edição do prémio criado pela Fundação Círculo de Leitores para distinguir jovens escritores de língua portuguesa foi distinguido o escritor angolano Ondjaki, pelo seu romance Os Transparentes. O nome de Ondjaki junta-se agora ao de Paulo José Miranda, José Luís Peixoto, Adriana Lisboa, Gonçalo M Tavares, Valter Hugo Mãe, João Tordo e Andréa del Fuego, que viram também livros seus premiados com este galardão. O anúncio foi feito por Guilhermina Gomes, presidente do júri do Prémio Literário José Saramago, e Diretora Editorial do Círculo de Leitores, ao meio-dia em ponto do dia 5 de novembro de 2013, na sede da Fundação José Saramago.
Natural de Luanda, onde nasceu no ano de 1977. Ondjaki é o seu nome de escrita, guerreiro em Umbundu. Poeta, prosador, visita também a escrita para crianças, o teatro, a pintura, o documentário. Formado em Sociologia, completou o doutoramento em Estudos Africanos em Itália. Distinguido em 2000 com a Menção Honrosa do Prémio António Jacinto pelo seu primeiro livro de poesia (actu sanguíneu), em 2005 obtém o Prémio António Paulouro pelo livro de contos E se amanhã o medo, e o Grande Prémio APE em 2007 por Os da minha rua.
Em 2010 recebe o Prémio Jabuti (categoria juvenil) com AvóDezanove e o segredo do soviético. Ainda no âmbito juvenil, publica A bicicleta que tinha bigodes distinguido com o Prémio Bissaya Barreto 2012 e com o Prémio Fundação Nacional do Livro Infantil e Juvenil (IBBY do Brasil) 2013. O romance Os transparentes é agora distinguido com o Prémio Literário José Saramago 2013.
POESIA: actu sanguíneu (2000); há prendisajens com o xão (2002); materiais para a confecção de um espanador de tristezas (2009); dentro de mim faz Sul seguido de acto sanguíneo (2010) CONTOS:
momentos de aqui (2001); e se amanhã o medo (2005) ROMANCE: bom dia camaradas (2001); o
assobiador (2002); quantas Madrugadas Tem a Noite (2004); AvóDezanove e o segredo do soviético
(2008); Os transparentes (2012) INFANTIL/JUVENIL: Ynari: a menina das cinco tranças (2004); O leão e o coelho saltitão (2008); o voo do Golfinho (2009); Ombela, a origem das chuvas (2011); a bicicleta que tinha bigodes (2011); uma escuridão bonita (2012) TEATRO: Os vivos, o morto e o peixefrito
(2009) DOCUMENTÁRIO: Oxalá cresçam Pitangas (2006)
Sinopse:
«Com o presente romance, de novo aparece Luanda - a Luanda atual do pós-guerra, das especificidades do seu regime democrático, do «progresso», dos grandes negócios, do «desenrasca» - como pano de fundo de uma história que é um prodígio da imaginação e um retrato social de uma riqueza surpreendente.
Combinando com rara mestria os registos lírico, humorístico e sarcástico, Os transparentes dá vida a uma vasta galeria de personagens onde encontramos todos os grupos sociais, intercalando magníficos diálogos com sugestivas descrições da cidade degradada e moderna.»
Excertos da Obra premiada
«Odonato já não tinha força para desenhar nos lábios um gesto mínimo de espanto ou o que fosse um vulgar sorriso, a temperatura chegava-lhe à alma, os olhos ardiam por dentro Chorar afinal não tinha que ver com lágrimas, antes era o metamorfosear de movimentos internos, a alma tinha paredes – texturas porosas que vozes e memórias podiam alterar…»
«…a verdade é límpida e conhece veredas secretas para chegar ao seu destino»
«Odonato observava as mãos e os alimentos: tudo oferecido ou encontrado nos restos do supermercado onde algum conhecido trabalhava
− agora comemos só aquilo que os outros já não querem – comentou
− é pecado deitar fora comida ainda boa
− é pecado não haver comida para todos…»
«Luanda fervia com a sua gente que vendia, que comprava para vender, que se vendia para ir depois comprar a gente que se vendia sem voltar a conseguir comprar…»
Criada em 1995 com o objetivo de divulgar a cultura escrita e literatura portuguesa, contribuindo para o fomento dos hábitos de leitura e promoção da língua portuguesa. Para além do apoio à edição de grandes obras, e da publicação da revista LER, a fundação criou as Olimpíadas da Leitura, percursoras de conceito do Plano Nacional de Leitura, e o Grande Torneio das Letras em parceria com o Diário de Notícias. Em 1999 inicia a atribuição do primeiro grande prémio literário a distinguir jovens escritores de língua portuguesa, o Prémio Literário José Saramago.
Homenageando a figura do Nobel da Literatura, José Saramago, este prémio foi criado em 1999 pela Fundação Círculo de Leitores. Afirmando-se como um dos mais importantes prémios literários atribuídos no âmbito da lusofonia a autores com obra publicada em português, e com idade não superior a 35 anos, foram distinguidos em anos anteriores nomes como: Paulo José Miranda, José Luís Peixoto, Adriana Lisboa, Gonçalo M. Tavares, Valter Hugo Mãe, João Tordo e Andréa del Fuego. O Prémio Literário José Saramago tem o valor de 25 mil euros.
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