Título:
Em Chamas
Autor:
Suzanne Collins
Editora:
Editorial Presença
Sinopse:
Pela primeira vez na história dos
Jogos da Fome dois tributos conseguiram sair da arena com vida. Mas o que para
Katniss e Peeta não passou de uma estratégia desesperada para não terem de
escolher entre matar ou morrer, para os espectadores de todos os distritos foi
um acto de desafio ao poder opressivo do Capitólio. Agora, Katniss e Peeta
tornaram-se os rostos de uma rebelião que nunca esteve nos seus planos. E o
Capitólio não olhará a meios para se vingar…
Opinião por Andreia Dias:
O livro “Em Chamas” começa
exatamente onde “Os Jogos da Fome” terminaram, o que acaba por tornar a
história inicialmente maçadora e cansativa de se ler, pois não há grandes
acontecimentos que nos prendam ao livro.
Katniss relata-nos os últimos
acontecimentos e em como ter vencido os 74º Jogos Da Fome alterou a sua vida,
em geral para pior, sendo que ela não se via preparada para enfrentar aquilo
que estava a desenrolar-se à sua volta. Poucos meses se passaram desde o final
dos Jogos, mas os “Amentes Condenados” continuem sem conquistar a paz que
poderiam inicialmente esperar que ter depois de passarem por todo aquele
“stress” físico e psicológico inerente à situação extrema que viveram… A
realidade é que o ato de Katniss não foi visto com bons olhos pelo Capitol,
algo que já se sabia, todavia o Presidente Snow quer garantir que tal não se
repete e muita é a pressão exercida sobre o casal, além da mudança que o
Distrito 12 acaba por sofrer…
A paz que antes já era rara, vai
tornar-se nula.
Um outro ponto que torna a história
ainda mais aborrecida no início é o cliché do triângulo amoroso, Katniss não
sabe o que sente por Gale ou por Peeta, sendo obrigada a mostrar que não nutre
nada pelo primeiro e está perdidamente apaixonada pelo segundo. Confesso que
esperava ter mais do Gale, pois é na minha perspetiva aquele que mais se
mostrou predisposto a mudar o sistema instaurado pelo Capitol, de resto, nem
Peeta, nem Katniss são os heróis que se esperavam. O ponto a favor do Peeta é o
seu dom da palavra e o seu espirito de sacrifício lunático inflamado pelo amor
que sente pela Katniss, e o ponto a favor da Katniss é que se entende que não
se esperava que ela fosse uma heroína, mas antes um “Sinal de Guerra”… Algo que
se entendo no final do livro.
Ainda assim, passado a primeira
parte do livro, começamos a ficar mais interessados na história, pois os
acontecimentos começam a ter ritmo, bem como as surpresas que mais uma vez
mudam a vida da Katniss e a obrigam a tomar uma posição. Algo que cabe ao
leitor descobrir para que o livro tenha a sua magia.
Se no primeiro livro Suzanne Collins
nos trazia uma crítica forte aos Reality Shows e à Natureza humana que adora
ver um “bom” espetáculo, mesmo que isso envolva morte de adolescentes
inocentes, além do sacrifício em prol da família, em “Em Chamas” traz-nos uma
crítica feita ao mundo da fama e da sua superficialidade, bem como a capacidade
que o homem tem de por vezes se unir para lutar contra aquilo em que acreditam.
Isto é sempre algo que vai andando lado a lado.
No geral gostei do livro e das novas
personagens que nele são apresentadas, algumas bastante carismáticas e
misteriosas que nos deixam sempre na dúvida até ao final. A escrita da autora
contínua sucinta e de fácil compreensão, sem se alongar muito em descrições
exageradas e de palavras caras.
O enredo está bem construído e,
embora tenha achado a primeira parte monótona, acaba por se perceber a sua
importância na contextualização de todos os acontecimentos que se seguem.
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